Transições esportivas na América Latina uma revisão sistemática do mapeamento
Por Flávia Vique Bonino (Autor), Lúcia Porras Maieli (Autor), Karina Curione Bulla (Autor), Miquel Torregrossa Álvarez (Autor).
Resumo
As transições esportivas são um tema emergente nas pesquisas internacionais, mas pouco explorado na América Latina nos últimos 14 anos. O objetivo deste estudo é revisar as publicações em espanhol, inglês e português, por meio de uma revisão sistemática do mapeamento de transições em atletas latino-americanos do ano de 2005 a 2022. A busca foi realizada em REDIB, DOAJ, SCIENCE DIRECT, REDALYC , SCIELO, ampliando para revistas regionais e listas de referências de documentos encontrados; selecionando 19 documentos que integram dados empíricos. Identificamos que (a) os estudos sobre transições esportivas são crescentes, sendo o Brasil o país com maior produção (b) a aposentadoria é a transição mais estudada e o futebol é o esporte mais explorado (c) os modelos teóricos que sustentam pesquisas como as de Wylleman (2019) e Stambulova (2000, 2003) são de referência global, com poucas contribuições teóricas da região (d) tanto os elementos quanto os fatores ambientais são reconhecidos como fatores incidentes nas transições. pessoal. É evidente a necessidade de realizar estudos longitudinais e situados, que considerem as condições e ambientes culturais com claro impacto nas transições; e enriquecer as contribuições teóricas ampliando a perspectiva da Psicologia do Esporte tradicional.
REFERÊNCIAS
Agresta, M., Brandão, R. y Barros Neto, T. (2008a). Impacto do término de carreira esportiva na situação econômica e profissional de jogadores de futebol profissional. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 16(1), 29-38.
Agresta, M., Brandão, R. y Barros Neto, T. (2008b). Causas e Conseqüências Físicas e Emocionais do Término de Carreira Esportiva. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 14(6), 504-508.
Alves de Lima, L., López de Subijana, C., Reverdito, R., Galatti, L. y Folle, A. (2022). Excelência no Handebol: o processo de desenvolvimento esportivo de atletas brasileiras campeãs do mundo. Quaderns de Psicologia, 24(1). https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1798
Alfaro, N. e Muñoz, O. (2022). Análise da experiência no processo de transição para a aposentadoria voluntária de atletas ativos de alto rendimento de modalidades individuais no Chile. II Congresso Internacional sobre Envelhecimento Bem Sucedido e Treinamento Físico e I Conferência Nacional sobre Programas de Prescrição de Exercício Físico.
Amaya, M., Costa, F. y Carneiro, F. (2021). Cobertura das Bases de Dados Científicas sobre o Tema Dupla Carreira Esportiva. The Journal of the Latin American Socio-cultural Studies of Sport (ALESDE), 13(1), 99-109.
Barros, K. Sgobi de (2008). Recortes da transição na carreira esportiva. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, 2, 01-27. DOI: 10.31501/rbpe.v2i1.9275
Brandão, R., Akel, M.C, Amaral, S., Guiselini, M.A, Andrade, L. y Agresta, M. (2000). Causas e conseqüências da transição de carreira esportiva: uma revisão de literatura. Revista Brasileira Ciencia e Movimento, 8(1), 49-58.
Brandão, R. & Fiorese, L. (2013). Carreiras de atletas no Brasil: Pesquisa e aplicação na terra da ginga. En Stambulova, N. & Ryba, T. (2013). Carreiras de atletas entre culturas. Cap. 4. 43-51. Routled, Taylor & Francis Group.
Cafruni, C., Marques, A. y Gaya, A. (2006). Análise da carreira esportiva de atletas das regiões sul e sudeste do Brasil. Estudo dos resultados esportivos nas etapas de formação. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 6(1), 55-64.
Campbell, F., Tricco, A., Munn, Z., Pollock, D., Saran, A., Sutton, A., White, H. & Klalil, H. (2023). Revisões de mapeamento, revisões de escopo e mapas de evidências e lacunas (EGMs): o mesmo, mas diferente — a família de revisão “Big Picture”. 12:45 https://doi.org/10.1186/s13643-023-02178-5
Carrillo, C. (2019). Influência do meio ambiente no desenvolvimento da carreira esportiva: um estudo de caso na cidade de Bogotá. [Dissertação de Mestrado, Universidade El Bosque].
Castillo, R. (2019). Recursos disponíveis para jogadores de futebol ativos no Chile para sua futura colocação profissional. [Dissertação de Bacharelado, Universidade Andrés Bello].
Cecic-Erpic, S., Wylleman, P. e Zupancic, M. (2004). O efeito de fatores atléticos e não atléticos no processo de término da carreira esportiva. Psicologia do Esporte e Exercício, 5, 45-59.
Corvera, F. (2020). Percepção e adaptação à aposentadoria esportiva em jogadoras de polo aquático. [Dissertação de Mestrado, Universidade Autônoma de Nuevo León].
Da Costa, V., Melo Ferreira, R., Macedo Penna, E., Teoldo da Costa, I., Silva Paiva, T. y Samulski, D. (2010). Fases de transição da carreira esportiva: perspectiva de ex-atletas profissionais do futebol brasileiro. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, 8(3), 84-103.
Drew, K., Morris, R., Tod, D., Eubank, M. (2019). Um metaestudo de pesquisa qualitativa sobre a transição júnior-para-sênior no esporte. Psicologia do Esporte e Exercício, 45, 101-556.
Dunn, R. & Tamminen, KA (2021). “Quando você vai se comprometer?” Explorando as experiências de atletas jovens e seus pais antes de uma transição esportiva. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 1-18. https://doi.org/10.1080/1612197X.2021.1934715
Durán, D. (2020). Sentido de vida em jovens atletas que não alcançaram o profissionalismo. [Dissertação de Bacharelado, Universidade Santo Tomás].
Goedert, F. (2017). A trajetória esportiva de atletas de categorías de formação no voleibol brasileiro. [Tesis de Maestría, Universidade Federal de Santa Catarina].
González, MD e Torregrossa, M. (2009). Análise da saída da competição de elite, antecedentes, transições e consequências. Revista Ibero-Americana de Psicologia do Exercício e do Esporte, 4(1).
Jordana, A., Torregrossa, M., Ramis, Y. e Latinjak, A. (2017). Aposentadoria do esporte de elite: uma revisão sistemática de estudos qualitativos. Jornal de Psicologia do Esporte, 26(4), 68-74.
Lavallee, D., Gordon, S., & Grove, R. (1997). Aposentadoria do esporte e perda da identidade atlética. Diário de Perdas Pessoais e Interpessoais, 2(2), 129-147. DOI: 10.1080/10811449708414411
Marques, M. y Samulski, D. (2009). Análise da carreira esportiva de jovens atletas de futebol na transição da fase amadora para a fase profissional: escolaridade, iniciação, contexto sócio familiar e planejamento da carreira. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 23(2), 103-19.
Marques da Rocha, P. y Souza dos Santos, E. (2010). O abandono da modalidade esportiva na transição da categoria juvenil para adulto: estudo com talentos do atletismo. Revista da Educação Física UEM, Maringá, 21(1), 69-77. DOI: 10.4025/reveducfis.v21i1.6912
Mihovilovic, M. (1968). O status de ex-esportistas. International Review of Sport Psychology, 3, 79–93.
Page, M., McKenzie, J., Bossuyt, P., Boutron, I., Hoffmann, T., Mulrow, C., Shamseer, L., Tetzlaff, J., Akl, E., Brennan, S., Chou, R., Glanville, J., Grimshaw, J., Hróbjartsson, A., Lalu, M., Li, T., Loder, E., Mayo-Wilson, E., McDonald, S., McGuinness, L., Stewart, L., Thomas, J., Tricco, A., Welch, V., Whiting, P. e Moher, D. (2021). Declaração PRISMA 2020: um guia atualizado para a publicação de revisões de sistemas. Revista Espanhola de Cardiologia, 74(9), 790-799.
Peres, L. y Lovisolo, H. (2006). Formação esportiva: teoría e visões do atleta de elite no Brasil. Revista da Educação Física UEM, Maringá, 17(2), 211-218.
Posada-López, Z. e Vásquez-López, C. (2022). Saúde mental e abstinência esportiva em atletas antioquinos que participaram dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Revista Ibero-Americana de Atividade Física e Ciências do Esporte, 11(3), 148-169.
Prato, L., Ramis, Y. e Torregrossa, M. (2020). Transição Cultural e Migração Esportiva no Esporte de Elite: Uma meta-síntese. Revista Cultura, Ciência e Esportes, 15(45), 387-400.
Rico Vázquez, R. (2022). O sistema mundial de futebol e a aposentadoria esportiva em jogadores profissionais da CONCACAF. [Dissertação de Bacharelado, Universidade Autônoma Metropolitana].
Ryba, T., Stambulova, N. (2013). A virada para uma abordagem culturalmente informada para pesquisa de carreira e assistência em psicologia esportiva. Em N. Stambulova & TV Ryba (Eds.) Carreiras de atletas entre culturas (pp. 1-16). Londres: Routledge
Roffé, M. (2019). E depois da aposentadoria o quê? Saúde mental e resiliência no esporte. Buenos Aires: Local Editorial.
Schlossberg, N. (1981). Um modelo para analisar a adaptação humana à transição. Counseling Psychologist, 9(2), 2-18.
Souza, V., Miranda, M., Correa, M., Junior, M. y Brandão, M. (2021). Expatriação de atletas e seus aspectos psicológicos: uma revisão sistemática de literatura. Cuadernos de Psicología del Deporte, 1(1), 119-134.
Stambulova, N., Alfermann, D., Statler, T. & Coté, J. (2009). Posição de ISSP: Desenvolvimento de carreira e transições de atletas. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 7, 395-412. http//dx.doi.org/10.1080/1612197X.2009.9671916
Stambulova, N. (2016). Transições de atletas no esporte e na vida: Posicionando novas tendências de pesquisa dentro do sistema existente de conhecimento da carreira de atletas. Em RJ Schinke, K. McGannon, & B. Smith (Eds.), The Routledge international handbook of sport psychology (pp. 519–535). Nova York, NY: Routledge.
Stambulova, N., Ryba, T. & Henriksen, K. (2020). Desenvolvimento de carreira e transições de atletas. Posição da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte. Revisitado. International Journal of Sport and Exercise Psychology, DOI: 10.1080/1612197X.2020.1737836
Stambulova, N., Ryba, T. & Henriksen, K. (2021). Desenvolvimento de carreira e transições de atletas: a posição da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte revisitada. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 19(4), 524-550, DOI: 10.1080/1612197X.2020.1737836
Stefano, D. (2012). Esportes e migrações: contribuições para sua compreensão a partir de um caso uruguaio. A Revista de Estudos Socioculturais Latino-Americanos do Esporte (ALESDE), 2(2), 33-43.
Tod, D. (2019). Conduzindo revisões sistemáticas em esporte, exercício e atividade física. Springer Nature.
Torregrossa, M., Chamorro, J., Ramis, Y. (2016). Transição do júnior para o sénior e promoção de carreiras duais no desporto: uma revisão interpretativa. Revista de Psicologia Aplicada ao Esporte e Exercício Físico, 1(6), 1-11
Torregrossa, M., Conde, E., Perez-Rivases, A., Soriano, G. e Ramis, Y. (2019). Atividade física e esportes saudáveis em ex-atletas de elite. Cadernos de Psicologia do Esporte, 19(2), 12-27.
Torregrosa, M. & GEPE Team. (11-16 julho, 2022). Repensando e disseminando a pesquisa sobre transição de carreira. 16° Congresso Europeu de Psicologia do Esporte e Exercício, Pádua, Itália.
Vargas, M. (2016). Trajetórias Olímpicas de Atletas Colombianos no Rio 2016: Uma Compreensão da Carreira Esportiva a partir da Experiência de seus Protagonistas. [Dissertação de Bacharelado, Universidade de Los Andes].
Wylleman, P. & Lavallee, D. (2004). Uma perspectiva de desenvolvimento sobre transições enfrentadas por atletas. Em M. Weis (Ed.), Psicologia do esporte de desenvolvimento. Morgantown, WV: Fitness International Technology.
Wylleman, P. (2019). Uma perspectiva holística e de saúde mental na transição para fora do esporte de elite. Oxford Research Encyclopedia of Psychology. Psicologia do esporte. DOI: 10.1093/acrefore/9780190236557.013.189