Resumo

Este artigo visa apresentar a metodologia da Transjardinagem, no Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA), explorando a forma com que esta ferramenta pode nos permitir lançar foco sobre campos importantes nas discussões de performatividades e transontocosmoepistemologias, como 1) a importância da Performance e suas paisagens radicais na formação de arquivo vivo trans, 2) a necessidade de (re)escrita histórica corpo e gênero variante e 3) o papel da transformação corporal na desarticulação do ódio destinado a pessoas trans através de imagens metamórficas. Por meio de tal metodologia, serão analisados dois documentos, um de 1897 e um de 1939, duas ocorrências envolvendo pessoas gênero inconformes AFAB (assigned female at birth). Outro tema central à criação de arquivo trans é o papel da Transtemporalidade na historicização da cisgeneridade, na contestação histórica e na interrogação das atribuições cisheteronormativas de anacronismos ao pensamento trans. Mostrarei que a invenção, o deboche e a radicalidade na Performance são forças agentivas de corte anti-colonial às tentativas cisheteronormativas, brancas e capazes de reiteração de domínio epistêmico sobre Arquivos.