Transparência na gestão esportiva brasileira: análise dos sites das organizações nacionais de administração e regulação do esporte
Por Ubiratan Azevedo de Menezes (Autor), João Vitor Rodrigues (Autor), Vinicius Sousa Ferreira (Autor), Pedro Fernando Avalone Athayde (Autor).
Em Podium Sport, Leisure And Tourism Review v. 14, n 2, 2025.
Resumo
Analisar o nível de transparência na gestão das organizações esportivas brasileiras, avaliando a disponibilidade de informações essenciais em seus sites institucionais e discutindo os desafios para a governança democrática e transparente.
Metodologia/abordagem: Pesquisa descritivo-analítica com abordagem qualitativa, baseada na análise de 34 sites de confederações esportivas vinculadas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB). Utilizou-se uma matriz de avaliação com três dimensões (transparência ativa, passiva e boas práticas), composta por 39 itens ponderados, classificados como essenciais, obrigatórios ou recomendados. Os dados foram coletados entre julho de 2024 e março de 2025.
Originalidade/Relevância: O estudo inova ao propor um ranking de transparência específico para o contexto esportivo brasileiro, integrando critérios legais e boas práticas de governança. Sua relevância reside no momento de revisão das políticas esportivas nacionais, com a recriação do Ministério do Esporte e a promulgação da Nova Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023).
Principais resultados: Apenas 23,5% das entidades cumpriram todos os itens de transparência ativa, enquanto nenhuma atendeu plenamente às boas práticas, especialmente em igualdade de gênero (apenas 8% dos itens). Confederações como as de Voleibol e de Ginástica destacaram-se (classificação “ouro”), enquanto a de Futebol apresentou o pior desempenho (“amadora”).
Contribuições teóricas/metodológicas: Desenvolvimento de uma matriz analítica adaptável para monitoramento contínuo da transparência no esporte, alinhada às demandas de controle social e accountability.
Contribuições sociais/para a gestão: O estudo evidencia a necessidade de políticas afirmativas para mulheres na gestão esportiva e reforça a transparência como condição para o acesso a recursos públicos, visando à democratização do setor.