Resumo

E um jogo brabo, pois não é? Pois há gente que se amarra o dia inteiro nessa cachaça, e parada a parada envida tudo: os bolivianos, os arreios, o cavalo, o poncho, as esporas. O facão nem a pistola, isso, sim, nenhum aficionado joga.

(João Simões Lopes Neto – Jogo do Osso)

.João Simões Lopes Neto, possivelmente o maior literato regionalista do Rio Grande do Sul, inicia o seu conto Jogo do Osso (1912) enfatizando: “eu já vi jogar-se uma mulher num tira de taba (sic). Foi uma parada que custou vida… mas foi jogada!” Mesmo considerando-se a licença poética do autor, não é impensável que jogatinas como essa relatada pelo pelotense tenham, realmente, acontecido nos mais distintos rincões do sul do Brasil entre os oitocentos e o início do século passado. No conto de Lopes Neto um pouco do gaúcho rural, arredio, violento, criado no lombo do cavalo é exposto. Personagens literários, mas que em Porto Alegre se materializavam e faziam parte do cotidiano da cidade, dividindo espaço com refinados comerciantes ingleses ou letrados alemães.

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