Resumo

O treinamento físico aeróbico em longo prazo promove alterações específicas ao tecido muscular, incluindo o aumento das reservas energéticas, sendo tais alterações capazes de manter-se por longo período de tempo posteriormente ao esforço físico. Por vez, a imobilização articular é um procedimento terapêutico comum na prática clínica e suas implicações musculoesqueléticas são conhecidas, como a redução nas reservas energéticas. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia do exercício de natação previamente à imobilização sobre o peso corporal e as alterações das reservas energéticas de glicogênio no músculo sóleo (SOL) de ratas envelhecidas. Trinta ratas da linhagem Wistar, com oito meses de idade, foram divididas aleatoriamente em quatro grupos experimentais: sedentárias (S), sem intervenção; sedentárias imobilizadas (SI), mantidas na gaiola por quatro meses e posteriormente imobilizadas por cinco dias; treinadas (T), submetidas ao exercício de natação (treinamento aeróbico) por um período de quatro meses; treinadas imobilizadas (TI), após quatro meses de treinamento foram imobilizadas por cinco dias. O treinamento com natação foi realizado em um aquário retangular, com um metro de comprimento e 45 cm de altura, três vezes por semana, com duração de 60 minutos, sem incremento de carga. A pata esquerda das ratas foi imobilizada por meio de órtese de resina acrílica. A determinação do glicogênio muscular foi realizada pelo método do fenol sulfúrico, sendo os valores expressos em mg/ 100gr de peso úmido. Após o teste de normalidade Shapiro Wilk, o Test t de Student foi utilizado aos dados paramétricos e o teste Wilcoxon aos dados não paramétricos. Os resultados demonstraram que durante o período de treinamento as ratas do grupo T obtiveram maior consumo de ração (S= 203,42±23,72; T= 231,38±40,53; p= 0,02). No peso corporal (kg) final o valor de TI foi estatisticamente maior (T= 304,13±21,1; TI= 345,73±16,7; p= 0,05). O peso (g) do músculo SOL foi estatisticamente significante menor para o grupo S quando comparado ao T (S= 0, 135±0,02; T= 0,172±0,01, p= 0.01). Os resultados da quantificação do glicogênio demonstraram que os grupos S e SI foram estatisticamente semelhantes; já os valores entre T e TI demonstraram diferença estatística significativa, sendo o valor de TI maior (T= 0,19 ± 0,01; TI= 0,53 ±0,09; p= 0.05). O conteúdo do glicogênio muscular e o peso corporal apontam a capacidade adaptativa do animal ao treinamento, indicando que o exercício sem carga, realizado apenas por três vezes na semana e em longo prazo favorece o equilíbrio energético e promove efeito positivo na reserva energética de glicogênio no tecido muscular envelhecido de ratas imobilizadas.

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