Treinamento Aeróbico, Três Vezes na Semana em Longo Prazo Favorece Reserva Energética de Glicogênio Muscular na Imobilização Articular de Ratas Envelhecidas
Por A. C. Petrini (Autor), D. M. Ramos (Autor), L. G. Oliveira (Autor), C. A. Silva (Autor), A. Pertille (Autor).
Resumo
O treinamento físico aeróbico em longo prazo promove alterações específicas ao tecido muscular, incluindo o aumento das reservas energéticas, sendo tais alterações capazes de manter-se por longo período de tempo posteriormente ao esforço físico. Por vez, a imobilização articular é um procedimento terapêutico comum na prática clínica e suas implicações musculoesqueléticas são conhecidas, como a redução nas reservas energéticas. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia do exercício de natação previamente à imobilização sobre o peso corporal e as alterações das reservas energéticas de glicogênio no músculo sóleo (SOL) de ratas envelhecidas. Trinta ratas da linhagem Wistar, com oito meses de idade, foram divididas aleatoriamente em quatro grupos experimentais: sedentárias (S), sem intervenção; sedentárias imobilizadas (SI), mantidas na gaiola por quatro meses e posteriormente imobilizadas por cinco dias; treinadas (T), submetidas ao exercício de natação (treinamento aeróbico) por um período de quatro meses; treinadas imobilizadas (TI), após quatro meses de treinamento foram imobilizadas por cinco dias. O treinamento com natação foi realizado em um aquário retangular, com um metro de comprimento e 45 cm de altura, três vezes por semana, com duração de 60 minutos, sem incremento de carga. A pata esquerda das ratas foi imobilizada por meio de órtese de resina acrílica. A determinação do glicogênio muscular foi realizada pelo método do fenol sulfúrico, sendo os valores expressos em mg/ 100gr de peso úmido. Após o teste de normalidade Shapiro Wilk, o Test t de Student foi utilizado aos dados paramétricos e o teste Wilcoxon aos dados não paramétricos. Os resultados demonstraram que durante o período de treinamento as ratas do grupo T obtiveram maior consumo de ração (S= 203,42±23,72; T= 231,38±40,53; p= 0,02). No peso corporal (kg) final o valor de TI foi estatisticamente maior (T= 304,13±21,1; TI= 345,73±16,7; p= 0,05). O peso (g) do músculo SOL foi estatisticamente significante menor para o grupo S quando comparado ao T (S= 0, 135±0,02; T= 0,172±0,01, p= 0.01). Os resultados da quantificação do glicogênio demonstraram que os grupos S e SI foram estatisticamente semelhantes; já os valores entre T e TI demonstraram diferença estatística significativa, sendo o valor de TI maior (T= 0,19 ± 0,01; TI= 0,53 ±0,09; p= 0.05). O conteúdo do glicogênio muscular e o peso corporal apontam a capacidade adaptativa do animal ao treinamento, indicando que o exercício sem carga, realizado apenas por três vezes na semana e em longo prazo favorece o equilíbrio energético e promove efeito positivo na reserva energética de glicogênio no tecido muscular envelhecido de ratas imobilizadas.