Resumo

Introdução: evidências sugerem que o treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo (TA+RFS) melhora os indicadores fisiológicos, morfológicos e mecânicos em indivíduos fisicamente ativos. Entretanto, até o presente momento, não há evidências de que indivíduos treinados (e.g. ciclistas) poderiam se beneficiar de tais adaptações. Objetivo: verificar o efeito do TA+RFS no consumo máximo de oxigênio (VO2máx), economia de ciclismo (EC), potência mecânica de pico (WPICO), área de secção transversa do músculo vasto lateral (ASTVL), força máxima (1RM) e desempenho no contra-relógio de 20km (TT20km). Métodos: um indivíduo do sexo masculino (20 anos, 178 cm, 70 kg), com experiência em provas de ciclismo de estrada a três anos e com volume semanal de treinamento de ~300 km foi submetido a nove semanas (2 vezes por semana) de TA+RFS a 30% WPICO com 80% da pressão total de oclusão. Nas semanas 1-3, foi realizado 1 bloco de 12 minutos, (4x2 min em exercício por 1 min em descanso passivo); semanas 4-6, 2 blocos de 9 minutos (6x2 min em exercício por 1 min em descanso passivo); semanas 7-9, 2 blocos de 12 minutos (8x2 min em exercício por 1 min em descanso passivo). Um descanso de 5 minutos sem RFS foi adotado entre os blocos. Pré e pós o período de treinamento o ciclista foi submetido aos testes TT20km, incremental máximo (aumento de 25W por min) e EC (6 min a 150W) realizados numa bicicleta Speed (Giant®, TCR) acoplada a um ciclo-simulador (CompuTrainerTM RacerMate® 8000, Seattle WA). Imagens da ASTVL foram obtidas por meio da ultrassonografia e os testes de 1RM foram realizados no exercício leg press. O ciclista foi orientado a manter sua rotina de treinamento ao longo do estudo. Resultados: os achados são apresentados na Tabela 1. Conclusão: O TA+RFS demonstrou-se efetivo em reduzir o tempo para completar o TT20km. É provável que a melhora do VO2máx, o da ASTVL e do 1RM tenham contribuído para a melhora da WPICO e da EC.

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