Resumo

Introdução: Apesar do efeito do treinamento físico aeróbio sobre a sensibilidade à
insulina já estar bem demonstrado em algumas populações, esse efeito em mulheres
pós-menopausa, que freqüentemente apresentam resistência à insulina, ainda precisa
ser mais bem investigado. Dessa forma, esse foi o objetivo deste estudo.Material e
Método: 20 mulheres histerectomizadas (51±1 anos) e na pós-menopausa (50%
em uso de terapia estrogênica com valerato de estradiol) foram aleatoriamente
divididas em dois grupos: controle (C) e treinado (T). O treinamento constou de 3
sessões/semana de 50 minutos de exercício no cicloergômetro em 60 a 80% do
VO2pico. Antes e após 6 meses do estudo, o VO2pico (ergoespirometria) e a
sensibilidade à insulina (clampeamento euglicêmico/hiperinsulinêmico - insulinemia
100uU/ml) foram medidos. Os dados foram analisados pela ANOVA de 2 fatores.
Resultados: O VO2pico aumentou expressivamente apenas no grupo treinado
(+3,9±1,0 vs. +0,9±0,8ml.kg-1.min-1, P<0.05).A taxa de captação de glicose durante
o clampeamento também aumentou significantemente apenas no grupo treinado
(+1,5±0,5 vs. -1,0±0,5mg.kg-1.min-1, P<0,05). O peso corporal e o índice de massa
corporal não se modificaram em nenhum dos grupos. Não houve correlação
significante entre as alterações da taxa de captação de glicose e as modificações do
peso (r=0,2316), índice de massa corporal (r=-0,2875) e VO2pico (r=0,3815) no
grupo treinado. Conclusão: Em mulheres histerectomizadas, pós-menopausa e com
e sem o uso de terapia estrogênica, o treinamento aeróbio além de aumentar a
aptidão aeróbia, melhora a sensibilidade à insulina, sendo esse aumento independente
da alteração de peso e índice de massa corporais. Auxílio financeiro FAPESP (proc.
01/14989-7)

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