Resumo

 A união do treinamento de força e aeróbio (treinamento combinado - TC) ajuda no tratamento/prevenção da obesidade e diabetes tipo 2 (DM2). Entretanto, ainda existem lacunas dos efeitos do TC sobre o risco cardiometabólico global em indivíduos com diferentes padrões metabólicos. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do TC sobre o risco cardiometabólico através do Framingham risk score (FRS), idade cardiovascular (IC) e do z-score da síndrome metabólica (zsSM) em indivíduos eutróficos, obesos e DM2. MÉTODOS: Completaram o estudo 126 sujeitos irregularmente ativos de ambos os sexos, idade entre 40-60 anos, divididos em grupos treinamento (GT) ou controle (GC) de sujeitos eutróficos (GTE n= 18; GCE n= 18), obesos (GTO n= 27; GCO n= 29) e com DM2 (GTDM2 n= 17; GCDM2 n= 17), os quais realizaram pré-pós período experimental avaliações antropométricas, hemodinâmicas e bioquímicas para o cálculo dos scores. Foram utilizados os testes t independente, ANOVA one way/two way, seguido de post hoc de tukey. O nível de significância foi de p≤ 0,05. RESULTADOS: Pré-período, indivíduos eutróficos apresentam menor risco metabólico, obesos um padrão intermediário e os diabéticos têm os maiores valores de IC, FRS e zsSM. Na comparação pré-pós entre sujeitos treinados e controles de cada população, o GTE apresentou pequena diminuição do FRS (-1,0%, p= 0,02) e IC (-3,3%, p= 0,03), enquanto obesos e diabéticos treinados têm diminuição de zsSM (GTO: -55,4%, p< 0,001; GTDM2: -49,5%; p< 0,01), FRS (GTO: -6,6, p=0,01; GTDM2: -7,7%, p< 0,01) e IC (GTO: -1,3, p< 0,01; GTDM2: -2,5, p= 0,03). Nãoforam observadas diferenças entre os deltas percentuais de mudanças dos três grupos treinamento, embora os valores do GTO e GTDM2 sejam numericamente maiores. CONCLUSÃO: O TC, sem intervenção na dieta, diminui significativamente o risco cardiometabólico, com indícios que esse efeito seja mais evidente em indivíduos com obesidade e DM2.