Resumo

A habilidade de marcha refere-se à capacidade de caminhar de forma eficiente e segura, e quando ocasionada pela senescência constitui uma das principais causas de perda de independência e capacidade de realizar atividades diárias em idosos. No entanto, apesar de toda a informação disponível na literatura sobre esta problemática, ainda não há consenso em relação à sua prevenção e tratamento, especialmente sobre qual a melhor prescrição de exer-cícios físicos. Objetivo: Analisar os efeitos do treinamento combinado em determinantes da habilidade de marcha de idosas destreinadas. Métodos: Trata-se de um estudo piloto quase-ex-perimental, no qual participaram da intervenção 60 idosas divididas em dois grupos distintos: Grupo Treinamento Combinado (TC: n = 42; 68,1 ± 5,9 anos; 27,3 ± 3,8 kg/m-²) e Grupo Controle (GC: n = 18; 67,2 ± 7,1 anos; 27,7 ± 5,2 kg/m-²). O período de intervenção foi 12 semanas, com-preendendo três sessões semanais, com duração de, aproximadamente, 50 minutos e tempo de recuperação mínimo de 48 horas entre as sessões. Inicialmente as participantes do TC realiza-ram dois minutos de caminhada e 15 agachamentos como aquecimento, logo após realizaram 25 minutos exercícios resistidos tradicionais em máquinas, depois 15 minutos de caminhada alternada com corrida leve e por fim, 5 minutos de alongamentos submáximos para os princi-pais grupos musculares. A habilidade de marcha foi analisada por meio dos seguintes testes: Time up and go, velocidade em 10 metros e caminhada de 6 minutos. A análise dos dados foi feita mediante ANOVA 2x2 com post hoc test de Bonferroni. Resultados: Em relação aos valores iniciais, o TC apresentou melhoras estatisticamente significativas em todas as variáveis relacio-nadas a habilidade de marcha (p ≤ 0,05). Quando comparado ao GC, o TC promoveu adaptações estatisticamente significativas nos testes: 1- Time up go (TC: 5,40 ± 0,63 vs GC: 5,87 ± 0,75 seg.; ∆%: 8,7; p = 0,01); 2- Velocidade em 10 metros (TC: 4,54 ± 0,54 vs GC: 4,90 ± 0,73 seg.; ∆%: 7,9; p = 0,03); 3- Caminhada de 6 minutos (TC: 553,18 ± 62,51 vs GC: 495,04 ± 78,46 metros; ∆%: 11,74; p ≤0,01). Conclusão: O presente protocolo de TC demostra-se eficaz na melhora da habilidade de marcha em idosas destreinadas. Assim, apresentamos uma opção viável para combater a inca-pacidade física relacionada com a senescência

Acessar