Treinamento de força e resistência em citocinas e composição corporal de pessoas com hiv/aids
Por Gustavo Willames P. Barros (Autor), Paulo Roberto C. Carvalho (Autor), Heleodório Honorato Dos Santos (Autor), Virginia Maria B. de Lorena (Autor), Bruna Fernanda A. de Oliveira (Autor), José Cristiano Faustino dos Santos (Autor), Magno Petrônio Galvão Leandro (Autor), Paulo Sergio R. de Araújo (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 30, n 1, 2024.
Resumo
O HIV/AIDS é considerado um dos grandes casos de saúde pública, porém verifica-se que pacientes que fazem uso de terapia antirretroviral (TARV) e praticam treinamento de força provocam uma promoção de sua saúde.
Objetivos:
Avaliar o impacto do treinamento de força sobre a resistência nas citocinas e a composição corporal de pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Métodos:
Ensaio clínico randomizado, a amostra foi composta por 12 pacientes, sendo sete do Grupo Força (TFG) e cinco do Grupo Resistência Muscular (GRM). Comparou-se os níveis das citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10 e TNF-α e a composição corporal na primeira e na última sessão. Os pacientes completaram 36 sessões de treinamento de força e resistência ao longo de 12 semanas.
Resultados:
Após 36 sessões de treinamento resistido GRM, houve um aumento significativo de 4.734 pg/mL para 5.050 pg/mL de IL-10 (p=0,002). Em relação à TFG, não foram encontrados resultados significativos. Para composição corporal, houve diferenças significativas na TFG devido ao aumento da massa magra dos braços de 6.441g para 7.014g (p=0,04), pernas de 16.379g para 17.281g (p=0,02) e corpo inteiro de 45.640g para 47.343g (p=0,01). No GRM houve diminuição significativa do percentual de gordura nos braços de 23.160% para 20.750% (p = 0,04). Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o questionário WHOQOL-HIV-Bref, onde foi encontrada uma melhora significativa em todos os domínios, exceto no domínio nível de independência.
Conclusão:
Conclui-se que o treinamento de resistência muscular é eficaz em aumentar a IL-10 e diminuir o percentual de gordura nos braços, enquanto o treinamento de força aumenta a massa magra geral. Nível de Evidência I; Ensaio Clínico Randomizado.