Treinamento de resistência muscular melhora indicadores de capacidade funcional de pacientes com doença renal crônica em hemodiálise
Por Denilson Braga Porto (Autor), Erick Henrique Pereira Eches (Autor), Jhenephan Macedo da Silva (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Alterações decrescentes na força e ativação neuromusculares comprometem a funcionalidade de pacientes com doença renal crônica (DRC) e contribuem para a elevação da morbimortalidade. A hemodiálise (HD) é uma alternativa terapêutica que aumenta a sobrevida dos pacientes, todavia acentua a diminuição da área de seção transversa e da capacidade funcional, quando comparados àqueles em tratamento conservador. Em contrapartida, o treinamento de resistência muscular (TR) melhora aspectos da aptidão neuromuscular de seus praticantes, mas naqueles em hemodiálise, isso ainda não está totalmente esclarecido. OBJETIVO: Avaliar o efeito de 16 semanas de TR sobre força, ativação neuromuscular e capacidade funcional de pacientes com DRC submetidos à HD. MÉTODOS: Trinta e dois sujeitos (54 ± 14 anos), foram alocados por conveniência em grupo HD-CO (hemodiálisecontrole, n = 15) e HD-TR (hemodiálise-treinamento de resistência muscular, n = 17) se submeteram a avaliações socioeconômicas, antropométricas (massa, estatura e IMC), isocinética (pico de torque - PT em 60°·s e potência - POT em 180°·s, três séries, três repetições) com registro eletromiográfico (ativação neuromuscular - RMS e frequência mediana - FM) e nos testes funcionais de força de preensão manual (PM), levantar/sentar (L/S) e caminhada de 6 min (TC6min) antes e após o período de intervenção. O HD-TR realizou treino em circuito pré-diálise, três vezes/sem, com pesos livres, tubos elásticos e steps, num protocolo composto por 10 exercícios, três séries, 15 repetições, sendo 30 s de exercício e 30 s de recuperação. Foi empregada a ANOVA 2-way, tendo como fator principal e independente os “grupos” e dependente os “momentos”, p < 0,05. RESULTADOS: Concluíram o estudo 21 sujeitos (HD-CO, n = 7 e HD-TR, n = 14). A sobrecarga total de treino do grupo HD-TR aumentou 213%. A força de PM aumentou no grupo HD-TR (HD-CO = -2,0 ± 4,6 vs. HD-TR = 2,1 ± 3,0 kg, p = 0,02), bem como o número de repetições no teste L/S (HD-CO = -2 ± 1 vs. HD-TR = 5 ± 4, p < 0,01). Nenhuma diferença significante foi encontrada no perfil antropométrico e nas demais variáveis após o período de intervenção (p > 0,05). CONCLUSÃO: O TR associado à hemodiálise melhora indicadores de funcionalidade, especialmente a força de PM e a potência de membros inferiores, contudo não reverte o suposto efeito negativo da hemodiálise na capacidade de caminhada, na avaliação isocinética e eletromiográfica.