Treinamento dos músculos inspiratórios na qualidade do sono após a cirurgia de revascularização do miocárdio
Por André Raimundo França Guimarães (Autor), Emily Almeida Pereira (Autor), Bruna Lima dos Reis (Autor), André Luiz Lisboa Cordeiro (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 23, n 2, 2024.
Resumo
Avaliar o impacto do treinamento muscular inspiratório (TMI) na qualidade do sono e na função pulmonar após a revascularização do miocárdio (RM). Métodos: Este é um ensaio clínico randomizado e controlado. Os participantes foram randomizados para o grupo de treinamento muscular inspiratório (TG) ou para o grupo controle (GC). O GC realizou a aplicação de ventilação não invasiva, exercícios respiratórios, cinesioterapia, cicloergometria e deambulação. Os pacientes do TG, além do protocolo padrão da unidade, foram submetidos à avaliação da PImáx e iniciaram o treinamento muscular inspiratório com 40% da PImáx. A função pulmonar (capacidade vital e pico de fluxo expiratório), a força muscular ventilatória (pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima) e a qualidade do sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e Escala de Sonolência de Epworth (EPS) foram avaliadas antes da cirurgia e na alta hospitalar. Resultados: 102 pacientes participaram deste estudo, 54 pessoas no GC e 48 no GT. O TMI teve um impacto mais relevante na sonolência na alta hospitalar (IC95% 7 (6,39 a 7,61) na EPS e PSQI com IC95% de 8 (7,61 a 8,39). A realização do treinamento muscular inspiratório teve uma resposta estatisticamente significativa nas variáveis PImáx (IC95% de 18(17,14 a 18,86)), PEmáx com IC95% de 6(5,37 a 6,63), CV com IC95% de 2(1,61 a 2,39). Por outro lado, o PFE não mostrou diferença entre os grupos com IC95% de -5 (-11,78 a 1,78). Conclusão: O treinamento muscular inspiratório foi eficaz na redução da perda de força muscular ventilatória e da qualidade do sono após a cirurgia de revascularização do miocárdio.