Treinamento Físico de Alto Nível e Saúde do Atleta Profissional de Futebol de Campo
Por Pamela H. Diniz de Oliveira (Autor), Rodolfo dos Santos Fermino (Autor), Paulo Henrique Canciglieri (Autor).
Em Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte v. 8, n 2, 2009.
Resumo
O futebol é um esporte dinâmico, e uma de suas principais características é o contato físico dos atletas, fato que relaciona esse às ocorrências de lesões. Evidências comprovam que a maioria dessas lesões ocorre em ações motoras que não envolvem contato físico e que grande parte destas é resultante de treinamentos direcionados e específicos a uma determinada musculatura (ALTIMARI; DIAS; GOULART, 2007). O futebol sofreu diversas mudanças nos últimos anos, principalmente em relação às exigências físicas, levando os atletas próximos ao máximo de seus limites de exaustão, e predisposição a lesões
(COHEN et. al, 1997). Sua prática induz adaptações fisiológicas em quase todos os sistemas corporais, particularmente no músculo esquelético e cardiorespiratório, influenciadas pela intensidade, volume, intervalo de recuperação e freqüência de treinamento (GOMES; SOUZA, 2008). Um dos maiores desafios encontrados por fisiologistas e preparadores físicos se dá quanto à dosagem correta de treinos. A elaboração de programas se faz com um bom controle de variáveis. Estímulos decorrentes de exercícios físicos causam adaptações nas células musculares, denominadas microlesões, contudo uma nova
repetição de estresse nesse músculo pode levar a uma contusão muscular, afastando temporariamente o atleta de suas atividades diárias (KNIFS et. al, 2008). Ainda seguindo esse raciocínio, o que se verifica é que na maioria dos casos, os atletas são submetidos a cargas de exercícios acima dos limites suportáveis. Outro ponto preocupante se dá em função dos preparadores físicos basearem-se apenas na intuição pessoal, vivências passadas enquanto atletas, e não em conhecimentos científicos, podendo colocar em risco a saúde do atleta, assim como a desconsideração do Efeito Posterior Duradouro do Treinamento (VERKHOSHANSKI, 1990 apud BORIN; GOMES; LEITE, 2007).