Treinamento Intervalado: Aspectos Conceituais e Práticos

Por Luiz Guilheme Antonacci Guglielmo (Autor), Tiago Turnes (Autor), Ricardo Dantas de Lucas (Autor).

Parte de Treinamento Esportivo: Um Olhar Multidisciplinar . páginas 29

Resumo

Introdução

O treinamento intervalado (TI) pode ser definido pela realização de esforços repetidos em alta intensidade intercalados com períodos de recupe- ração em baixa ou nenhuma intensidade (Billat, 2001a). Um dos principais objetivos do TI é aumentar o tempo realizado em altas intensidades de forma a potencializar o estímulo sobre os sistemas metabólico e neuromus- cular. O método é considerado um dos meios mais efetivos para melhora do desempenho esportivo em atletas (Billat, 2001b; Buchheit e Laursen, 2013b), com cerca de 20% do planejamento total de atletas de endurance dedicado ao TI. Já para atletas de natação, este método é o principal a ser utilizado no dia a dia dos treinamentos em piscina.

A definição de altas e baixas intensidades baseia-se em parâmetros individuais de cada atleta, o que requer a identificação de índices fisiológicos e dos domínios das intensidades do exercício. Segundo as respostas do con- sumo de oxigênio no exercício (VO2), os domínios das intensidades podem ser classificados como: I) moderado, acima do primeiro limiar de lactato (LL); II) pesado, entre o LL e a potência (PC)/velocidade crítica (VC), e severo, acima da PC/VC (Burnley e Jones, 2007). No TI, os esforços são efetuados nas intensidades do domínio severo, o único que permite o alcance do consumo máximo de oxigênio (VO2max) no exercício contínuo (Burnley e Jones, 2007), e proporciona maior tempo de manutenção no ou próximo ao VO2max, o que contribuiria a longo prazo para melhora deste índice (Buchheit e Laursen, 2013b; Turnes et al., 2016).