Treinamento multicomponente associado à flexibilidade melhora o alinhamento postural e pressão arterial em idosas: um ensaio clínico randomizado
Por Andressa Crystine da Silva Sobrinho (Autor), Jonas Cicero Benjamim (Autor), Mariana Luciano de Almeida (Autor), Guilherme da Silva Rodrigues (Autor), Carlos Roberto Bueno Júnio (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O treinamento multicomponente é uma das estratégias mais eficientes para adesão ao exercício físico na população idosa. No entanto, neste tipo de treino, a flexibilidade é abordada como forma de acalmar e relaxar, não atingindo as recomendações mínimas da OMS para o seu desenvolvimento. OBJETIVO: Investigar os efeitos de dois tipos de treinamento (treinamento multicomponente associado a um treino de flexibilidade (TMF) e o treinamento multicomponente tradicional (TM)), sobre a pressão arterial (PA) como consequência da melhora do alinhamento corporal e da flexibilidade em mulheres hipertensas e normotensas fisicamente inativas. MÉTODOS: 141 Mulheres de 60 a 70 anos foram randomizadas em seis grupos, três grupos sem hipertensão arterial sistêmica (HAS) (TMF=31, TM=29 e controle=30) e três grupos com (TMFHAS=21, TMHAS=16 e GCHAS=14). As intervenções duraram 14 semanas. Para caracterizar as participantes, analisamos dados demográficos e de saúde, medidas de PAS e PAD (mmHg). A flexibilidade foi analisada pelos testes mãos nas costas e sentar e alcançar. A análise do centro de massa nos planos posturais sagital e frontal foi medida por biofotogrametria. Para a amplitude de movimento articular foi utilizado um goniômetro. RESULTADOS: A PAS nos momentos pré e pós foi: TMF (120±10,5/115±12,3 mmHg / Cohen's d= -0.21); TMFHAS (150±16,2/124±12mmHg / Cohen's d= -0.67); TM: (124±9/122±10,3 mmHg / Cohen's d= -0.10); TMHAS: (144±4,8/126±15,4 mmHg / Cohen's d= -0.61); controle (131±9,2/137±25,5 mmHg / Cohen's d= -0.15); e GCHAS (149±7,5/147±21 mmHg / Cohen's d= -0.15), apresentando interação grupo x tempo (4,0. A PAS foi influenciada pelas variáveis sagitais do Centro de Massa (CM) sagital (β = 0,064; R2: 0,042; IC:0,010/0,67; p:0,005); flexão do quadril (β = 0,129; R2: 0,095; IC: 0,026/0,233; p:0,015); flexão cervical (β = 0,420; R2: 0,128; IC:0,171/0,670; p:0,001); e flexão lombar (β = 0,935; R2: 0,163; IC:0,165/1,704; p:0,018). A PAD foi influenciada pelas variáveis sagitais do CM sagital (β = 0,102; R2: 0,153; IC:0,036/0,167; p:0,003); CM frontal (β = 0,115; R2: 0,211; IC:0,0288/0,202; p:0,010); flexão do joelho (β = 0,613; R2: 0,245; IC: 0,112/1,113; p:0,017); BM (β = 0,153; R2: 0,273; IC:0,016/0,291; p:0,029); e IMC (β = 0,115; R2: 0,298; IC:0,011/0,220; p:0,031). CONCLUSÃO: Ambos os grupos que treinaram apresentaram melhoras nos parâmetros estudados. No entanto o treinamento multicomponente associado ao treinamento de flexibilidade teve resultados mais potentes na melhora no alinhamento corporal, no centro de massa e nos ângulos articulares, além de diminuição da pressão arterial comparado com o multicomponente, que teve uma magnitude menor nos resultados.