Resumo
O presente estudo teve como objetivo diagnosticas os métodos de treinamento de nadadores velocistas brasileiros de alto nível da prova de 100 metros nado livre. Pouco se conhece das metodologias utilizadas pelos técnicos na preparação dos atletas brasileiros. Diante do fato e da inexistência de suficiente literatura que possa apresentar os sistemas metodológicos de treino destes atletas, pretendeu-se: a) identificar quais são as influências metodológicas recebidas, de acordo com as correntes existentes na literatura internacional; b) verificar as diferenças entre as etapas de processo de preparação dos nadadores de alto nível; c) diagnosticas a existência de diferenças nos treinamentos das capacidades físicas: força, velocidade, resistência e flexibilidade; d) verificar as características nos planejamentos, quanto a freqüência, intensidade e duração das cargas utilizadas nas distintas etapas do treinamento dos nadadores. Buscou-se reunir informações por meio de entrevista, juntos aos técnicos que possuam atletas nesta prova, finalistas das séries ‘A" e "B" dos campeonatos brasileiros de verão de 1998 e inverno de 1999. Apesar da metodologia deste estudo ser teórica e empírica, acredita-se alcançar referenciais que venham elucidar as dúvidas levantadas e registra os métodos adotados pelos técnicos. A amostra foi constituída por 12 profissionais. As entrevistas foram compostas por perguntas estruturadas e abertas para respostas espontâneas. O método de pesquisa utilizado foi a do tipo "interview survey". As respostas foram transcritas e os resultados agrupados por categorias, em seguida analisados discutidos qualitativamente e apresentados quantitativamente, aplicou-se a estatística básica do pacote software SPSS For Windows versão 8.0. Os resultados indicam que: 1) A maior influência metodológica existente no planejamento dos sistemas de treinamento de nadadores velocistas brasileiros de alto nível da prova de 100 metros nado livre está embasada atualmente nas informações recebidas pela escola européia, mais especificamente originária da Espanha e Rússia, seguido pela escola americana. Os modelos de treinamento encontrados entre os técnicos brasileiros, apresentam estruturas diferentes entre si. As capacidades físicas pesquisadas também apresentam-se diferenciadas nos treinamentos pelos sistemas dos técnicos. Especificamente sobre a força, verificou-se a ausência de padronização na terminologia utilizada, causando um problema de semântica. Tanto a força quanto a flexibilidade têm ênfase no treinamento fora dos treinos diários na piscina e em especial nas academias com equipes multidisciplinares de treinamento. A maior importância é dada às capacidades de velocidade e resistência focalizadas dentro das estruturas de treinamento em seus períodos de preparação. Os dados indicam a existência de diferenças nas estruturas de planejamento quanto às freqüências, assim como no controle das cargas de treinamento, porém não foi possível verificar se o mesmo ocorre quanto a duração e intensidade das cargas utilizadas nas distintas etapas do treinamento. Indicam ainda que, não existe no país um modelo de sistema de treinamento para nadadores velocistas de alto nível.