Treinamento psicológico e corrida de aventura
Por Jeferson Santos Jerônimo (Autor).
Resumo
Sabe-se que a preparação psicológica faz parte do treinamento de qualquer atleta, profissional ou amador, seja qual for à modalidade esportiva que pratica ou compete. Todavia, pouco se tem na literatura científica sobre o tema, no entanto, sempre ouvimos falar: ganhamos na pressão, no psicológico ou então ai vai do psicológico de cada um ou ainda a parte psicológica está periodização de treino e assim por diante. Mas o que realmente significa o aspecto psicológico na prática esportiva? Perguntar ao seu atleta “e ai campeão tudo bem”? Ou então aplicar algum instrumento de percepção de humor? Mas isso é de fato o treinamento psicológico? E esse treinamento psicológico é possível? E se possível como pode ser feito? O que sabemos de fato é que situações adversas, como uma competição esportiva, podem gerar muito stress aos indivíduos, tanto fisiológico como psicológico. O conceito de stress psicológico originou-se da linguagem psiquiátrica, que o determinava como estados de excitação e tensão, os quais apresentavam um quadro sintomático de modificações do bem-estar, queda nas funções cognitivas e na execução de ações motoras (SAMULSKI, CHAGAS, NITSCH, 1996). Segundo os mesmos autores acima, o stress psicológico pode ser explicado principalmente por duas correntes científicas: a primeira a psicanálise, na qual se destaca Freud e seus estudos sobre a ansiedade e a teoria dos mecanismos de defesa, segundo essa corrente o sujeito sofre o stress (trauma) que conduz a ansiedade (reação neurótica), a qual o leva a reagir criando uma defesa intrapsíquica (repressão de impulsos e instintos) como forma de dominar a situação. A segunda corrente é a da psicologia cognitivista, a qual afirma que a relação entre pessoa e ambiente, quando não trabalhada da maneira adequada pode gerar stress psicológico, ou seja, a relação é compreendida não em um sentido fixo, estímulo-resposta, mas sim como um mediador psíquico e ao mesmo tempo um realizador ativo, o sujeito não se submete passivamente aos estímulos do meio, mas os atribui uma importância pessoal/subjetiva capaz de alterar seu comportamento.