Três Mulheres Que Fizeram História na Natação Brasileira
Por Francielle Becker (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
No histórico nacional dos esportes modernos, final do século XIX início do século XX, as mulheres foram restringidas a prática de determinadas modalidades esportivas, a fim de proteger sua feminilidade e fatores biológicos. Mesmo com restrições, as mulheres não deixaram de praticar e adotar o esporte como estilo de vida. Os esportes possibilitaram às mulheres brasileiras novas perspectivas, como por exemplo, o cuidado com a aparência, com a saúde e maior presença na vida social da cidade (Goellener, 2005). A natação era uma prática um pouco mais aceita dentro dos esportes modernos femininos, pois os discursos da época afirmavam que a natação não agredia o corpo nem a função materna, a qual as mulheres estavam designadas (Rigo, et. Al, 2005). Apesar dos inúmeros obstáculos na participação feminina dentro dos esportes, as mulheres não deixaram de participar, mesmo que em uma pequena parte, das competições de alto rendimento. A mídia esportiva cada vez mais divulgava as conquistas femininas que avançavam em um território tido como prevalência masculina (Goellener, 2005). Neste contexto e a partir de fontes bibliográficas, através de análises em fontes históricas, e a interpretação de documentos como índices para ajudar a compreender o objeto estudado (GINZBURG, 1989), foi traçado a iniciação das mulheres brasileiras na natação, trazendo suas principais marcas, recordes e toda a barreira imposta a elas, até chegar a uma Olímpiada. Reunido como referência a pioneira Maria Lenk, Piedade Coutinho Azevedo e Joana Albuquerque Maranhão Bezerra de Mello em relação a mulher competindo na natação de alto rendimento. Olhando a natação feminina brasileira a partir da década de 1930, onde Maria Lenk foi a primeira mulher a participar de uma Olímpiada, percebe-se que as mulheres progrediram muito em suas lutas e desafios imposto pela sociedade da época. A busca por igualdade esportiva foi o que motivou atletas como Piedade Coutinho e Joanna Maranhão a irem tão longe em busca de um sonho que antes parecia tão distante. Nota-se que um grande caminho foi percorrido na natação brasileira quebrando preconceitos através de muitas conquistas dos ícones femininos que servem como exemplo no esporte e na vida. A inserção das mulheres nas Olímpiadas vai além da busca por números e pódios, se dá pela busca da legitimação e o valor social na relação entre indivíduo e sociedade, onde as mulheres tenham o mesmo valor e prestígio dado a um atleta masculino.