Resumo

O objetivo desta tese foi caracterizar a locomoção com o triciclo sem pedais e avaliar a viabilidade de utilizar esse equipamento em um programa de intervenção para idosos que residem em instituições de longa permanência. Dessa maneira, dois estudos foram propostos, sendo que em um estudo o padrão de locomoção com o triciclo sem pedais foi examinado em adultos jovens e idosos. Para tanto, 10 adultos jovens e 10 idosos se deslocaram com velocidade confortável em uma via reta com o triciclo sem pedais, com marcadores refletivos afixados em pontos anatômicos específicos. Um sistema de análise tridimensional registrou os dados desses marcadores, os quais foram utilizados para calcular parâmetros espaço-temporais e angulares dos membros inferiores. De modo geral, os resultados indicaram que os dois grupos foram capazes de realizar a tarefa e mantiveram algumas semelhanças e algumas diferenças nas estratégias adotadas para se locomover com o referido triciclo. As semelhanças entre os grupos foram reveladas pela velocidade média de locomoção, pelo comprimento da passada e pelo ângulo articular do tornozelo. Por outro lado, os idosos apresentaram uma cadência mais alta, maior duração do período de apoio, maior excursão da articulação do quadril e menor excursão da articulação do joelho comparado aos adultos jovens. De modo geral, os objetivos do segundo estudo foram investigar se idosos que residem em instituições de longa permanência aderem a um programa de exercícios físicos com triciclo sem pedais e se tal programa poderia melhorar algumas das capacidades físicas desses idosos. Idosos institucionalizados foram alocados randomicamente a um grupo que praticava exercício com o triciclo sem pedais (GE) ou a um grupo que realizava somente as atividades propostas na instituição em que residiam (GC). Todos os participantes foram avaliados antes, logo após o término do programa e 12 semanas após o término do programa (avaliação de acompanhamento) por meio de testes funcionais que avaliavam resistência, velocidade média de locomoção e agilidade. Logo após o período de treinamento, os participantes do GE aumentaram a resistência e velocidade, e mantiveram o mesmo tempo para realizar o teste de agilidade, enquanto que os participantes do GC mantiveram a resistência a velocidade e aumentaram o tempo para realizar o teste de agilidade. Por fim, na avaliação de acompanhamento, os dois grupos apresentaram resultados similares entre eles nos testes empregados, o que indica que esses idosos precisam se manter ativos constantemente.

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