Resumo

Data da Defesa: 21/09/2004

O intenso processo de urbanização por que passa a humanidade com a adoção do “modo de vida urbano” como referência para as diversas sociedades explicam o destaque que a Geografia dá a esse fenômeno. Sabendo que a urbanização é um fenômeno intimamente atrelado à modernização da sociedade mundial, que teve, e tem, na lógica da sociedade capitalista a base determinante de seu desenvolvimento, o espaço urbano é marcado pela desigualdade social que, manifesta-se principalmente na segregação social e análise da qualidade de vida dos grupos sociais que integram essa sociedade urbana. As desigualdades sociais existentes no espaço urbano interferem diretamente no cotidiano dos habitantes da cidade, gerando assim percepções e práticas espaciais diferenciadas entre os vários grupos sociais que compõem esse espaço. Neste trabalho, a juventude é o alvo de estudo ao ser considerada como sujeito social inserido no cotidiano da cidade. Contudo, não se trata de aprofundar  xaustivamente o conhecimento sobre a juventude, mas sim buscar compreender como as desigualdades sociais interferem nas práticas espaciais dessa parcela da sociedade urbana e, em decorrência disso, perceber o envolvimento da juventude com a cidade e tudo aquilo que dela faz parte. Para alcançar isso, o estudo desenvolveu-se na cidade de Goiânia, envolvendo alunos de duas escolas que abrigam clientelas distintas no contexto sócio-econômico, localizadas em bairros com características diferentes de estrutura urbana e social. Nessas escolas foram feitas uma observação e coleta de informações sobre os alunos, aplicado um questionário, seguida de algumas entrevistas, todas as informações colhidas durante esse período foram utilizadas para avaliar as práticas espaciais desses jovens e sua relação com a cidade. Os resultados desse estudo indicam que a juventude não pode ser vista como um segmento social homogêneo, na verdade podemos falar de “juventudes”, em função da diversidade de situações que diferem os jovens na sociedade urbana, além da desigualdade social. Essas diferenças são perceptíveis em todos os níveis sociais e, contribuem sobremaneira para a diferenciação das práticas espaciais dos jovens, fazendo com que mesmo dentro da mesma camada social não haja uma homogeneidade dessas práticas espaciais. Entretanto, muitas práticas juvenis são generalizadas em qualquer nível social e o que se nota é que o difere as práticas dos jovens de classe alta e baixa são os locais, a intensidade (assiduidade) com que as realizam. Mostrando diferenças no que se refere ao uso dos espaços públicos e privados em seus cotidianos.

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