Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar parte das discussões levantadas em pesquisa de doutoramento, em desenvolvimento no PPGArtes–UFPA. A criação do Território Federal do Amapá (1943), instaurou uma série de medidas no sentido da reestruturação de uma região em que “tudo estava por fazer”. As alterações na paisagem social, econômica e cultural estiveram sob um guarda-chuva político que primou por criar melhores condições de vida e ressignificação do cotidiano caboclo, ao lhe proporcionar novas perspectivas sanitária, alimentar e educacional, que colocasse a região amapaense no centro de uma ascensão modernista, substituindo as características de uma cidade pacata em prol de um modelo mais urbano e civilizado. A instauração da nova infraestrutura, arquitetura e reorganização administrativa deu-se no sentido de apoiar a chegada de novos personagens à trama regional. Nesta, protagoniza o Cineteatro Territorial de Macapá, espaço de difusão política, educacional e cultural que esteve atrelado aos ideais janaristas. Este período alimenta inúmeros estudos e discussões dentro e fora do circuito acadêmico regional, diverge opiniões e integra parte da memória coletiva amapaense, contudo ainda preserva nuances que merecem olhares destacados para a compreensão de sua construção cultural em um sentido amplo e subjetivo. Dessa maneira, este artigo apresenta-se como valiosa contribuição para a escrita histórica, artística e cultural, com foco no teatro realizado na região amapaense e suas influências nos processos de construções identitárias.

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