Resumo

Introdução – A atividade turística está imersa em um campo de estudos e de atuação profissional, abrangente e interdisciplinar. Para analisar o Turismo de Aventura (TA) podemos indicar, entre as diversas possibilidades, o diálogo com a Educação Física, tanto pela ótica das atividades esportivas, quanto sob o olhar da gestão das atividades de lazer. Objetivos – O objetivo é descrever como circunscreve a promoção do TA em um determinado locus de intervenção; interpretar as práticas de TA e como se conformaram dentro de um cenário imerso no discurso da gestão do lazer e risco das atividades realizadas. Revisão de literatura – Foi estudada a cidade de Morretes em virtude de sua vocação para a realização do TA, localizada na Região Turística do Litoral do Paraná. Os segmentos turísticos, necessitam de um planejamento global de suas ações e neste caso de uma análise detalhada da relação com o espaço, o ambiente, a comunidade e os turistas. Deste modo, a contribuição do Turismo é despertar o sujeito para a experiência, construindo novos olhares sobre a relevância das práticas de lazer e aventura. A ampliação do entendimento do TA fortalece a sua discussão para além das atividades físicas, reforçando elementos como a preservação e interação com a natureza e a cultura local. Essas atividades que contemplam as experiências, e evidenciam o TA como um meio de entrar em sintonia com um conjunto de atividades que proporcionam experiências mais autênticas e significativas (EASTO; WARBURTON, 2010; BAZZOTTI, 2012; Mtur, 2018). Materiais e método – Foi realizado um estudo de caso, em duas etapas concomitantes de uma pesquisa qualitativa. Na primeira, foi realizado um levantamento bibliográfico e documental do município, a seguir, o levantamento das agências e operadoras de TA que atuam no município. Logo após a identificação, foi efetuado um levantamento descritivo exploratório no site da única agência e operadora, reconhecendo os produtos de TA ofertados, além das informações fornecidas sobre esses produtos. Foram analisadas nas informações elementos que indicassem como as atividades de TA se desenvolvem na gestão e normalização. Resultados e discussão – Evidenciou-se que o discurso do risco e da gestão do lazer, é relevante para a estruturação e comercialização da atividade turística. Os resultados da pesquisa apontam que o processo de gestão do lazer e risco alteraram o uso do Rio Nhundiaquara para a realização do bóia cross, principal atividade realizada em Morretes. A utilização das Normas de Segurança para o Turismo de Aventura e as Leis criadas no município estabeleceram uma relação de organização e planejamento das ações de turismo. Porém, inibiu a população de usufruir das experiências de lazer no rio. Conclusão – Nesse sentido, envolver a população no processo de ordenação dos usos dos espaços é primordial para consolidar uma política para as atividades de TA da região. A gestão do Lazer e Turismo ocorre oficialmente, pelas leis municipais e pela normalização da atividade, porém existe uma ausência de formalização e estruturação das empresas que atuam com essas atividades em Morretes.