Resumo
O movimento da inclusão escolar cada vez mais está inserindo alunos com deficiência no ensino regular e consequentemente nas aulas de Educação Física. Esta proposta, inclusão escolar, tem se apresentado na prática com muitas dificuldades tais como: o não envolvimento dos gestores neste processo; falta de preparação do professor em sua formação inicial e continuada; espaços físicos inadequados para a realização das aulas;número excessivo de alunos nas turmas; ausência de estratégias de ensino que possibilitem a participação efetiva dos alunos com deficiência nas aulas de Educação Física, entre outras. Esta pesquisa desenvolveu um trabalho sobre tutoria como estratégia de ensino, no qual um aluno com deficiência recebeu auxilio de um outro colega durante a realização das tarefas motoras. Neste contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos de um programa de treinamento de tutores sobre a participação de um aluno com deficiência mental associada ao autismo nas aulas de Educação Física. Apoiou-se em pressuposto metodológico de característica predominantemente qualitativo do tipo estudo de caso. Os sujeitos desta pesquisa foram: uma professora de Educação Física; um aluno com deficiência mental associada ao autismo; cinco tutores. Foram utilizadas entrevista e a técnica de observação como instrumentos de coleta de dados. Em um primeiro momento realizaram-se filmagens das aulas de Educação Física de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Ilhéus - BA, antes e depois do treinamento dos tutores. Os resultados mostraram que a tutoria como estratégia de ensino para o aumento da participação do aluno com deficiência foi eficaz. Houve envolvimento por parte dos colegas tutores. Quanto ao treinamento da tutoria os dados demonstraram que é necessário um tempo maior pós-treinamento para a intervenção dos tutores serem mais efetiva. Concluiu-se que a inclusão escolar é uma utopia, mas por meio de proposta de estratégias de ensino é possível contribuirmos para que este processo se efetive ao longo do tempo para que no futuro apresentarmos uma Educação Física para todos sem a necessidade de se explicitar na terminologia redundante de Educação Física inclusiva.