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BICICLETAS – Na minha primeira noite em Shanghai eu reparei nelas. Já estavam por toda a parte. Velhas, novas, pequenas, grandes, sem muita frescura. Com gente nova, velha, pequena e grande rodando nelas. Sem frescura alguma. Ao contrario. Ninguém de CAPACETE! Repita: Ninguém de capacete! Para alguém que mora num ‘Estado-baba’ que mete uma multa de R$ 230.00 em quem não tem aquele sininho como buzina de sua bici, e enfia goela abaixo outra multa de R$957.00 (isso mesmo, novecentos e cinquenta e sete paus) para quem pedala sem capacete, isso aqui e’ um paraíso! A noite, sem capacete nem luzinhas! Levando crianças pequenas atrás na cadeirinha, ou então carregando compras e outros materiais! Fantástico! Na manha seguinte, bem cedinho, elas já estavam lá, milhares delas rodando a milhão. Chovia e ventava muito (reflexos de um tufão nas Filipinas que se aproximava perigosamente do sul da China), e os pedalantes ou enfiavam as suas capas de chuva estilo poncho sobre suas cabeças e corpos, ou seguravam a bicicleta com uma mão e sua sombrinha com a outra, e seguiam pedalando. Um dos mais habilidosos que eu vi foi um menino com cerca de 11 anos, sombrinha enfiada debaixo do braço (no sovaco!), em uma das mãos a bicicleta e na outra segurando (e jogando) com um gadget eletrônico maior que a própria mão... Sensacional. As lambretinhas (scooters) se misturam ao trafico das bicicletas, do mesmo jeito: ponchos, sem luzinhas frontais ou traseiras em nenhum horário, nem capacete. Acredito que elas não sejam considerados veículos, pois não param nos faróis vermelhos tampouco nas faixas de pedestre, as vezes andam nas calcadas vem pra cima e a gente tem que ficar olhando pra tudo quanto e’ lado. Tem que ser esperto pra ser pedestre em Shanghai. Melhor ainda seria ter uma bicicleta em Shanghai pra chamar de sua.
26/out/2016