Um Dispositivo de Avanço Mandibular Implicará Um Melhor Desempenho Aeróbio na Corrida?
Por Filipa Cardoso (Autor), Francisco Maligno (Autor), Diogo D. Carvalho (Autor), João Paulo Vilas-Boas (Autor), Ricardo J. Fernandes (Autor), João C. Pinho (Autor).
Resumo
O uso de dispositivos intraorais com o objetivo de aumentar o desempenho desportivo recentemente despertou interesse significativo, especulando--se que poderiam desencadear alterações anatómicas e fisiológicas como aumento das vias aéreas e do consumo de oxigénio (O2). Estudou-se o efeito de um dispositivo de avanço mandibular no desempenho aeróbio na corrida. Nove indivíduos ativos do sexo masculino realizaram duas sessões de teste (com um dispositivo placebo e de protrusão mandibular) numa passadeira, correndo 7x4 min até à exaustão, com incrementos de 1 km/h (48 h intervalo). O2 e variáveis relacionadas, concentrações de lactato sanguíneo e perceção subjetiva do esforço foram determinadas para ambas as condições experimentais em três domínios de intensidade. Foi utilizado um teste t de medidas repetidas (p < .05). Para ambas as condições experi-mentais nos domínios de intensidade baixa-moderada, pesada e severa não foram encontradas diferenças significativas em nenhuma das variáveis ana-lisadas (ex: O2 = 34.54 ± 3.42 vs 34.20 ± 4.89, 39.80 ± 2.39 vs 40.19 ±4.48 e 43.58 ± 3.80 vs 44.36 ± 4.00 mL·kg−1·min-1, respetivamente). Os da-dos permitiram concluir que este dispositivo de protrusão mandibular não influenciou as variáveis analisadas relacionadas ao desempenho aeróbio na corrida num amplo espectro de intensidades do exercício.