Um Estranho no Ninho: a Pós-graduação Stricto Sensu no PPGEF/UFES Frente às Políticas Científicas da área 21
Por André Mello (Autor), Felipe Almeida (Autor), Rodrigo Martins (Autor).
Em Revista de Ciências Humanas- RCH v. 11, n 2, 2018. Da página 156 a 171
Resumo
Este artigo descreve e analisa as práticas acadêmico-científicas empreendidas nos 10 primeiros anos de história do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGEF/UFES), em diálogo com produções que discutem o sistema de Pós-Graduação no Brasil e com as políticas de avaliação da Capes para a Área 21. Trata-se de uma análise descritivo-interpretativa, que utiliza como fontes documentos da Capes em articulação com dados levantados junto à coordenação do referido Programa. Identificou-se que a produção intelectual do PPGEF/UFES está centrada, majoritariamente, nas subáreas sociocultural e pedagógica, diferenciando-se, assim, de grande parte dos programas brasileiros, que concentram as suas produções na subárea da biodinâmica. Com base nessa característica do Programa, discute-se as políticas da Área 21 e o modus operandi do PPGEF/UFES em um contexto que que tem sido pouco sensível à complexidade e a diversidade presente no campo da Educação Física.
Referências
AMADIO, A. A. Construindo o futuro, o significado dos 40 anos da pós-graduação da EEFE-USP e contextualização histórica: universidade e ciência. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 31, número especial, p. 7-18, ago. 2017.
BRACHT, V. O CBCE e a pós-graduação stricto sensu da educação física brasileira. In: CARVALHO, Y. M.; LINHALES, M. A. (Org.). Política científica e produção de conhecimento em educação física. Goiânia: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte; 2007. p. 73-85.
______. Educação física, método científico e reificação. In: STIGGER, M. P. (Org.). Educação Física + Humanas. São Paulo: Autores Associados; 2015. p. 1-21.
BRASIL. Ministério da Educação. Planejando a próxima década: conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (MEC/ SASE): Brasília, 2014.
CAPES. Documento de área. 2016. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/21_efis_docarea_2016.pdf. Acesso em: 15 de julho de 2018.
CHAVES, A. P.; VASCONCELLOS, M. M. M. Docência universitária: formação pedagógica no stricto-sensu. Poiésis, Tubarão/SC, v. 9, n. 16, p. 457-472, jul./dez. 2015.
CORRÊA, M. R. D.; CORRÊA, L. Q.; RIGO, L. C. A pós-graduação na educação física brasileira: condições e possibilidades das subáreas sociocultural e pedagógica. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 40, n. 2, p. 1-8, abr./jun. 2018.
FERREIRA, H. S.; OLIVEIRA, B. N.; SAMPAIO, J. J. C. Análise da percepção dos professores de educação física acerca da interface entre a saúde e a educação física escolar: conceitos e metodologias. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 35, n. 3, p. 673-685, jul./set. 2013
FORJAZ, C.; TRICOLO, V. L. A. A.; CORRÊA, U. C. 40 anos de pós-graduação da EEFE-USP. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 31, número especial, p. 81-87, ago. 2017.
FRIZZO G. F. E. A produção do conhecimento da educação física no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da UFRGS. Pensar a Prática, Goiânia, v. 13, n. 3, p. 1-16, set./dez. 2010.
GAYA, A. O Pós-graduação e a formação de professores de educação física no Brasil. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 31, número especial, p. 71-75, ago. 2017.
HALLAL, P. C.; MELO, V. A. Crescendo e enfraquecendo: um olhar sobre os rumos da Educação Física no Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 39, n. 3, p. 322-327, jul./set. 2017.
JOB, I.; MATTOS, A. M. FERREIRA, A. G. C. Análise do acesso aos artigos de uma revista eletrônica através dos logs. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 35, n. 2, p. 359-371, abr./jun. 2013.
KOKUBUN, E. Pós-graduação em educação física no Brasil: indicadores objetivos dos desafios e das perspectivas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 24, n. 2, p. 9-26, jan. 2003.
LOVISOLO, H. R. A política de pesquisa e a mediocridade possível. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 24, n. 2, p. 7-21, jan. 2003.
MANOEL, E. J.; CARVALHO, Y. M. Pós-Graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 2, p. 389-405, mai./ago. 2011.
MARTINS, R. L. R. O Pibid e a formação docente em educação física para a educação infantil. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2015.
MOLINA NETO, V. Pós-Graduação em Educação Física: um olhar sobre o Programa da ESEF-UFRGS. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis. v. 20, p. 4-10, 1999.
MOREIRA, E. C.; TOJAL, J. B. Prioridades dos programas de pós-graduação stricto sensu em educação física: a visão dos egressos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Porto Alegre, v. 35, n. 1 jan./mar. 2013.
PEREIRA, E. F.; MEDEIROS, C. C. C. Metodologia do ensino superior nos programas de pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física no Brasil: a formação docente em questão. Movimento, Porto Alegre, v. 17, n. 04, p. 165-183, out,/dez, 2011.
RESENDE, H. G.; VOTRE, S. J. O programa de pós-graduação em educação física da Universidade Gama Filho: características, realizações e desafios. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 24, n. 2, p. 49-74, jan. 2003.
ROMBALDI, A. J.; RIGO, L. C. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas/RS, v. 16, n. 2, p. 168-171, abr./jun. 2011.
SILVA, J. V. P.; GONÇALVES-SILVA, L. L.; MOREIRA W. W. Produtivismo na pós?graduação. Nada é tão ruim que não possa piorar. É chegada a vez dos orientandos. Movimento, Porto Alegre, v. 20, n. 4, p. 1423-1445, out./dez. de 2014.
SOARES, S. R.; CUNHA, M. I. Programas de pós-graduação em educação: lugar de formação da docência universitária? Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 7, n. 14, p. 577-604, dez. 2010.
SORIANO, J. B.; LARA, L. M. Pós-graduação em Educação Física UEM-UEL: experiências e desafios de um Programa Associado. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas/RS, v. 17, n. 1, p. 69-74, fev. 2012.
TANI, G. “Os desafios da pós-graduação brasileira”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 22, n. 1, p. 79-90, set. 2000.
______. Editoração de periódicos em Educação Física/Ciências do Esporte: dificuldades e desafios. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 36, n. 4, p. 715-722, out./dez. 2014.
VEIGA, I. P. A. Docência universitária na educação superior. In: RISTOFF, D.; SEVEGNANI, P. (Org.). Docência na educação superior. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. p. 85-96.