Um Estudo Piloto Sobre a Resposta da Frequência Cardíaca de Pacientes Cardiopatas Betabloqueados Ao Realizar Teste de Força Isocinético em Diferentes Velocidades Angulares
Por E. C. Kraemer (Autor), O. S. Tairova (Autor), D. Busin (Autor), K. G. Finger (Autor), J. J. Souza (Autor), I. Z. Souza (Autor).
Resumo
Reabilitação cardíaca (RC) é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social com o intuito de reintegração nas suas atividades de vida diária. O teste isocinético é amplamente difundido para avaliar força e desequilíbrios musculares, entretanto, poucas pesquisas se concentram na análise das respostas cardiovasculares geradas por esse tipo de exercício em indivíduos com doenças cardíacas e que ingressam em programas de reabilitação cardíaca (PRC). O objetivo desde estudo foi analisar o comportamento da frequência cardíaca (FC) em cardiopatas do sexo masculino, com média de idade de 72±6 anos, que utilizam medicamento betabloqueador, durante teste e analisar as variáveis isocinéticas: pico de torque (PT), potência média (PM) e trabalho total (TT). Escolheu-se 5 participantes de um PRC da Universidade de Caxias do Sul, que realizaram familiarização com o equipamento com 8 sessões, sendo 2 sessões semanais durante 4 semanas. Após, fizeram o teste sendo 5 repetições de extensão e flexão de joelho nas velocidades angulares de 90º/s, 120º/s e 180º/s, no modo concêntrico/excêntrico, com intervalo de recuperação de 3' de um teste para outro. Analisouse ainda, o esforço percebido através da escala subjetiva de esforço de OMNI-RES após cada velocidade. A análise estatística foi realizada através do software GraphPad InStat. Para a variável FC utilizou-se o teste de ANOVA com post hoc de Turkey e para as demais variáveis utilizou-se o teste de Mann-Whitney. O nível de significância foi de p<0,05. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significativas nas variáveis analisadas no modo concêntrico/ excêntrico respectivamente: PT: 90ª/s:136±47; 120º/ s:127±42; 180º/s:120±38 / 90ª/s:135±54; 120º/s:117±40; 180º/s: 99±34; TT: 90ª/s:131±59; 120º/s:120±55; 180º/ s:107±41 / 90ª/s:121±34; 120º/s:120±31; 180º/s:99±38; PM: 90ª/s:103±38; 120º/s:121±38; 180º/s:126±46 / 90ª/s:79±29; 120º/s:96±3; 180º/s:118±54. Ao realizar-se análise percentual da FC, observou-se os seguintes aumentos em relação a FC de repouso após cada teste no modo concêntrico/excêntrico respectivamente: 90º/s(33%-16%); 120º/s(30%-30%) e 180º/ s(23%-23%), não havendo um aumento maior do que 33% em relação à FC de repouso; ainda, observou-se que o intervalo de recuperação de 3' não foi suficiente para que a FC voltasse aos seus valores basais. O esforço percebido diminuiu à medida que a velocidade aumentou, então, pode-se sugerir que o teste isocinético parece ser seguro para a população cardiopata que faz uso de medicamentos betabloqueadores e este teste pode ser incluído na avaliação pré-participação de cardiopatas em programas de reabilitação cardíaca. Sugere-se que um estudo com um número maior de participantes seja realizado e ainda, um maior intervalo de recuperação seja realizado após cada velocidade angular testada.