Resumo

As Paralimpíadas Escolares (PE), organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2009, consistem em uma competição esportiva para estudantes com deficiência do Brasil (SILVA, 2017). Assim, o objetivo deste estudo é compreender como ocorreu a participação da delegação do Rio Grande do Sul (RS) nas PE (2010-2017). Para tanto, utilizaram-se pressupostos teóricos da História Cultural (BURKE, 2005). A coleta das informações ocorreu por meio de fontes documentais (BACELLAR, 2010), quais sejam: boletins das PE (CPB, 2018), e; de fontes orais (ALBERTI, 2005), sendo realizadas entrevistas com chefe de delegação do RS. A primeira participação do RS nas PE ocorreu em 2010, com uma delegação de 10 integrantes (estudantes e equipe técnica), os quais, mesmo representando o RS nas competições de atletismo, não receberam qualquer tipo de auxílio financeiro. No ano seguinte, em 2011, com apoio da Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (FUNDERGS), além do atletismo paralímpico, o RS teve representantes nas modalidades de judô, natação e tênis de mesa, totalizando 44 integrantes na delegação. Em 2012, o RS disputou competição de bocha paralímpica e, em 2013, de goalball, contando com 73 e 87 integrantes, respectivamente nas delegações. Esta mudança de cenário parece possuir relação com as ações que passaram a ser realizadas, a partir de 2011, com foco no desenvolvimento do paradesporto escolar no RS, incluindo estratégias de inclusão dos estudantes com deficiência no paradesporto e a formação de professores para atuar neste segmento. Em 2014, parece haver uma ruptura neste panorama, visto que o número de participantes passou de 87 para 39, diminuindo pela metade os integrantes. Uma explicação para isto, conforme depoimento obtido, está associada à mudança de gestão política no RS, pois isto, possivelmente, impactou na organização da sua delegação. A partir de 2015, a quantidade de representantes do RS volta a crescer, apresentando 57 participantes neste ano e, 59 em ambos os subsequentes. Porém, em 2016, o RS não contou com representantes na modalidade do goalball e, em 2017, no tênis de mesa, refletindo dificuldades em sua composição. Evidenciou-se que diferentes personagens compõem o processo de construção da participação do RS nas PE, o qual, embora seja permeado por ascendências e interrupções, vem melhorando a representatividade do RS a cada edição do evento.