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Em nível de competição do alto rendimento, o Brasil terminou os Jogos Olímpicos de 2016 em 13º lugar entre 205 países. Já os paralímpicos ficaram na oitava colocação entre 161 países. Que outro setor nacional tem tal representatividade, apesar dos maltratos já comentados neste espaço? 

Fui buscar num excelente e recente artigo do jornalista Cláudio Motta, ex-assessor de imprensa do Comitê Olímpico do Brasil, alguns dados internacionais que ele citou, como comparação. 

Por exemplo, ocupamos o 79º lugar entre 188 países com registro no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde o Chile aparece na 38ª posição, a Argentina na 45ª e o Uruguai na 54ª. Já na educação, o relatório de 2017 da Unesco registra o Brasil na 88ª colocação entre 127 países. 

Conforme os dados levantados por Cláudio Motta, seguimos na rabeira de outros rankings mundiais. Na saúde, por exemplo, “somos o 125º país entre 191 nações avaliadas pela Organização Mundial da Saúde”. E no ranking dos países mais seguros do mundo, estamos na 108ª colocação entre 163 nações pesquisadas. Que tal? 

Todos esses dados são públicos! Mas nunca se viu um só ex-ministro do Esporte ou qualquer outra autoriade do governo defender com persistência a prática esportiva a partir da idade escolar, na tentativa de se implantar uma política de longuíssimo prazo capaz de contribuir para a redução de colocações tão vergonhosas em rankings mundiais. Nunca houve iniciativa integrada das pastas do Esporte, Saúde, Educação e Segurança para tentar alcançar objetivos comuns. 

Faço essas colocações ao início de um novo governo na esperança de que o secretário de Esporte, general Marco Aurélio Costa Vieira, não seja mais uma autoridade que entrará para a história da República “apenas” como cupridor da missão institucional. As Forças Armadas estão, há bom tempo, intimamente integradas ao esporte de alto rendimento nacional, com participação expressiva, inclusive, nos Jogos Mundiais Militares e Rio 2016. 

Formado em educação física, planejador e estrategista, conseguirá o general demonstrar ao governo – que se propõe “reformulador” – a importância do esporte como peça complementar da educação e da formação do caráter dos nossos estudantes? E, como já ocorre em vários países, contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, redução da evasão escolar e consequente repercurssão na queda dos índices de criminalidade? 

Boa sorte, general.