Resumo

Um mundo às avessas | Opinião | PÚBLICO (publico.pt)

Há acontecimentos que por si só valem vários compêndios sobre as relações entre a política e o espectáculo desportivo. A final da Champions League ocorrida no Porto é um desses acontecimentos. Expõe de uma forma exemplar o modo como os diferentes poderes se relacionam: governamentais, partidários, autárquicos e desportivos. O que os titulares de alguns destes poderes afirmaram, antes e após o evento, deveria ser de estudo obrigatório em qualquer escola de ciência política, porque evidencia à exaustão como a nobreza da política pode sucumbir ao simples rigor de uma avaliação casuística ou, para não ser muito severo, ao elementar bom senso. Uma das maiores perplexidades deste tempo reside precisamente no facto de que uma parte significativa dos que censuram o facto do futebol se ter transformado num negócio, procurarem no futebol precisamente o que condenam: o negócio dos interesses políticos e partidários. Um traço que é comum à generalidade das diferentes famílias políticas. E a culpa não é, como tantas vezes se afirma, do futebol. Porque foi a política que o procurou muitas vezes cedendo nas orientações, regras e princípios que ela própria determina.

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