Resumo

O telespetáculo esportivo apresenta-se como um fenômeno midiático que evidencia performances e técnicas que extrapolam o comumente realizado nas práticas esportivas cotidianas em um misto de show e jogo que, cada vez mais, sensibiliza os telespectadores. Neste cenário é investigada a relação entre o telespetáculo esportivo e o telespectador a partir da perspectiva estética, discutindo o esporte no contexto da Educação Física com enfoque nas contribuições para o ensino na escola. A pesquisa, do ponto de vista metodológico, utiliza a análise do discurso e realiza um estudo qualitativo em dois momentos interdependentes. No primeiro, analisa o material coletado durante a realização do Mini-curso Educação, esporte e televisão . No segundo, versa sobre imagens televisivas do telespetáculo esportivo para apreciação, o que subsidia a discussão dos elementos estéticos pertencentes a este fenômeno, procurando a relação estabelecida entre o telespectador e telespetáculo esportivo. A ênfase da análise reside na sensação desencadeada pelo telespetáculo esportivo, bem como na problematização dos elementos que promovem essa experiência estética, a partir de dois conceitos fundantes, a saber: a estesia e a percepção sinestésica. O corpus de análise é composto por transmissões do programa Esporte Espetacular . Identifica, na apreciação do telespetáculo esportivo, quatro grandes eixos de discussão de grande relevância na compreensão da relação telespetáculo esportivo/telespectador: a relação entre o espaço e o tempo, o sentimento de pertencimento, o imbricamento de linguagens, e os modelos de beleza. Percebe na análise que, no cenário esportivo televisionado, ocorre uma construção imagética que seduz e envolve o telespectador por meio de elementos estéticos. A partir desses eixos de discussão reflete sobre o ensino do esporte em ambiente escolar, principalmente no que concerne a reificação de um modelo único de esporte. Aponta ainda desdobramentos sobre construção do espaço e tempo do evento esportivo e sobre a multiplicidade de linguagens para abordá-lo na escola. Posturas que não se propõem absolutas, mas que problematizam o esporte televisionado a partir da sedução gerada nos telespectadores por meio dos elementos estéticos veiculados

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