Resumo

Esta pesquisa trata da concepção e da apropriação histórica do Parque de Exposições João Alencar Athayde, situado na cidade de Montes Claros, na região norte do estado de Minas Gerais, como um espaço de lazer com símbolos campeiros na cidade. A constituição deste parque de exposições consiste em uma narrativa abalizada por abundante trabalho e esforço, atributos estes característicos de representações do (a)s sertanejo (a)s e, especialmente, da classe produtora rural. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar uma conformação e apropriação histórica do Parque de Exposições como espaço de lazer urbano com símbolos do campo. O recorte temporal da investigação inicia-se em fins da década de 1950, quando o parque foi fundado com o propósito de retratar uma benesse à cidade de Montes Claros nas comemorações de seu centenário, e estende-se até meados da década de 1970, quando as exposições agropecuárias, organizadas pela Sociedade Rural de Montes Claros, passaram a contar com aspectos inovadores. Foi realizada uma pesquisa documental em fontes impressas do acervo do Centro Cultural Hermes de Paula, composto por revistas e jornais, e no Memorial da Sociedade Rural, em seus documentos e fotos. Tais fontes foram submetidas a uma análise documental, com base nos pressupostos teóricos dos estudos históricos e socioculturais (HARVEY, 1973; LÉFEBVRE, 1969; PESAVENTO, 2008). Evidenciou-se que, em um primeiro momento, o espaço do parque destinava-se à realização de feiras e exposições agropecuárias. Posteriormente, tais eventos passaram a tomar proporções maiores, passando a incluir, em sua programação, shows de artistas renomados nacionalmente, assumindo uma nova apropriação de lazer urbano em seu espaço pleno de representações rurais. A Exposição Agropecuária de Montes Claros – Expomontes - compõe a maior manifestação agropecuária da região, passando a contar com práticas equestres esportivas. Assim, a cidade, seu espaço e suas relações com a natureza provocam observações que fazem jus a uma reflexão (HENRIQUE, 2009). O parque de exposições montes-clarense apresentou, assim, um crescimento entre o esporte e o lazer, configurando-se como um espaço de aproximações entre práticas e representações agropecuárias e o lazer urbano da cidade.

Referências

HARVEY, D. Social justice and the city. Baltimore: The Johns Hopkins Press, 1973.

HENRIQUE, W. O direito à natureza na cidade. Salvador: EDUFBA, 2009.

LEFEBVRE, H. O Direito à Cidade. São Paulo: Ed. Documentos, 1969.

PESAVENTO, S. J História & História Cultural. 2. ed. Belo Horizonte: Autênctica, 2008.

Fonte de financiamento: Bolsa de Iniciação Científica da Unimontes – BIC/CAMPI.