Um Time, Uma Nação: o Rúgbi Como Instrumento de União da África do Sul Pós-apartheid
Por Ricardo Bruno Boff (Autor), Luiza Orzechowsky dos Santos (Autor).
Em Lecturas: Educación Física y Deportes v. 25, n 264, 2020. Da página 15 a 31
Resumo
Mesmo após o fim do regime do apartheid, a África do Sul continuava sendo um país dividido internamente e com uma imagem negativa no exterior. Nelson Mandela, eleito presidente do país, tinha em suas mãos a missão de unir os sul-africanos, sem distinção de cor da pele, e reinserir o país internacionalmente. Foi quando, às vésperas da Copa do Mundo de rúgbi de 1995, a ser realizada na África do Sul, ele percebeu o potencial político desse esporte. Este artigo tem como objetivo geral analisar como o rúgbi foi utilizado, na política de Nelson Mandela, para construir uma nação unificada e recolocar o país no cenário mundial. Para isso, foram trabalhadas as definições de nacionalismo, política de prestígio e soft power, com foco no papel do esporte; em seguida, foi retratado o período político pós-apartheid e o papel do rúgbi no país. Concluiu-se que a estratégia de utilizar o rúgbi como instrumento político foi bem-sucedida, abrindo caminho tanto para a superação do apartheid quanto para a reinserção da África do Sul no cenário internacional.