“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”: Instigando o olhar por meio do cinema
Por Christianne Luce Gomes (Autor), Mariana Mól Gonçalves (Autor).
Parte de Lazer, Práticas Sociais e Mediação Cultural . páginas 17 - 35
Resumo
“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”: esse lema consagrou- -se no setor audiovisual brasileiro desde a década de 1960. A frase foi atribuída ao cineasta Glauber Rocha, um dos idealizadores do Cinema Novo – movimento artístico-cinematográfico que, à época, revolucionou a forma tradicional de se fazer cinema no Brasil. Glauber e outros fundadores do Cinema Novo buscaram retratar a realidade social brasileira por meio do cinema, projetando nas telas as contradições sociais, culturais e políticas que marcavam, e ainda marcam, nosso país. Os adeptos do Cinema Novo buscavam explorar o potencial político, social, cultural e histórico da chamada sétima arte ao colocar em evidência as misérias socioeconômicas e as peculiaridades culturais da nossa população. A ideia era essa, e a câmera estava a postos para materializá-la, colocá-la em ação. Essas considerações iniciais evidenciam que o cinema pode ser tratado não apenas como um produto destinado ao consumo massivo de filmes que propiciam o entretenimento alienante e a evasão da realidade, mas, sobretudo, como uma possibilidade de lazer comprometida com a educação das sensibilidades e com a nossa formação ética e estética