Resumo

Durante os primeiros anos da República, Porto Alegre experimentava a consolidação da burguesia urbana e do positivismo, a presença expressiva da comunidade teuto-brasileira e uma demanda crescente por melhorias na cidade. Buscava-se materializar um ideal de modernidade conforme o modelo de metrópoles europeias. Neste cenário foram introduzidas diversas práticas corporais e esportivas na cidade – entre ela o ciclismo. A escolha desta temática e a pertinência desta pesquisa advém da possibilidade de trabalhar a relação interdisciplinar entre os campos do esporte e o do vestuário. As controvérsias causadas pelo surgimento e difusão de trajes específicos para o ciclismo, sobretudo os femininos, nos motivou a investigar os processos sociais envolvidos. Quanto à história do ciclismo no Brasil e em Porto Alegre, localizamos alguns trabalhos valiosos como referência, mas sob perspectivas distintas da que adotamos. Partimos de uma percepção da moda como dispositivo social sem conteúdo específico (CALANCA, 2008). Assim, trabalhamos com um duplo aspecto - o ciclismo tido como “esporte da moda” e a entrada em voga de roupas específicas para sua prática. 

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