Uma Etapa Limitante Para a Oxidação de ácidos Graxos Durante o Exercício Aeróbio: o Ciclo de Krebs
Por Rui Curi (Autor), Cláudia J. Lagranha (Autor), Sandro M. Hirabara (Autor), Alessandra Folador (Autor), Oswaldo T. Jr. (Autor), Luiz C. Fernandes (Autor), ídico L. Pellegrinotti (Autor), Tânia Cristina Pithon-Curi (Autor), Joaquim Procópio (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 11, n 2, 2003. Da página 87 a 94
Resumo
Os ácidos graxos (AG) representam uma fonte importante de energia durante exercícios de intensidade leve, moderada e, principalmente, naqueles de duração prolongada. A utilização dos AG pelos músculos esqueléticos depende de passos importantes como a mobilização, transporte via corrente sangüínea, passagem pelas membranas plasmática e mitocondrial, β-oxidação e, finalmente, a oxidação no ciclo de Krebs (CK) e atividade da cadeia respiratória. O treinamento ao exercício aeróbio induz a adaptações que possibilitam maior aproveitamento dos AG como fonte de energia, ao mesmo tempo que o glicogênio muscular é preservado. Propomos a idéia de que o CK é uma etapa limitante para a utilização de AG pelo músculo esquelético. No tecido muscular, este ciclo apresenta perda contínua de carbonos com a formação de glutamina e citrato. Desta maneira, um passo chave para a manutenção do fluxo de metabólitos pelo CK é a formação de oxalacetato a partir do piruvato pela piruvato carboxilase. Quando o glicogênio muscular está depletado, o que ocorre após período prolongado de esforço físico, forma-se pouco piruvato. Assim, o aumento no suplemento de AG para o músculo esquelético pelo uso de drogas lipolíticas ou dietas não resulta necessariamente em aumento na oxidação de AG e produção de ATP.