Editora Pontes. Brasil 2014. 354 páginas.

Sobre

A UNE, ao contrario do que pregavam políticos conservadores, nunca foi um aparelho dos comunistas. O autor nos mostra que havia disputas renhidas pela sua direção. Depois de um momento liberal inicial, forças de esquerda e de direita se revezaram no seu controle. A pesquisa de André Mattos destrói mitos. Não é verdade que a entidade sempre foi "partidária". Os estudantes se organizavam em partidos e por isso era natural que tais agremiações compusessem a enidade. Mas a direita também o fazia. O livro mostra como os alunos de direita eram organizados. Acontece que ontem como hoje a direita já acusava a partidarização da entidade e conseguia encarar o mito de uma UNE apolítica, voltada apenas para temas gremiais e corporativos. No entanto, a esquerda estudantil sempre conjugou as lutas específicas dos estudantes com os temas nacionais. A luta pela meio-entrada no transporte e meios de diversão. A presença nos tumultos populares contra falsificações de alimentos n comércio e as tarifas caras de transporte público. A participação de entidade na campanha "O petróleo é nosso" . Sua presença cultural no teatro, nas edições de livros e no cinema também foram marcas da rebeldia juvenil. Este excelente livro para por aqui. Após a tenebrosa noite fascista que se abateu sobre a cultura brasileira e destruiu mais de uma geração de jovens lutadores, inicia-se outro período que exige outras pesquisas.