Resumo

O presente trabalho, baseado num estudo de caso, tomou o professor de Educação Física como mediador, procurando analisar as vivências, sonhos e obstáculos do pesquisado, da sua infância até o presente estágio de formação permanente. Também verificou-se a contribuição de tais elementos na estruturação de suas práticas pedagógicas, através de atividades motoras adaptadas, mediadas ou não pela interlocução, no atendimento a alunos portadores de necessidades especiais, visando a integrá-los aos demais na Educação Física escolar. O estudo buscou fundamentação em teorias das ciências sociais que explicitam a possibilidade da construção da cidadania no ambiente escolar, de modo que o professor seja o principal mediador entre a escola e o aluno, sujeito de suas ações. A Educação Física, a partir destas teorias, trilha por caminhos de valorização das atividades lúdicas, recriadas e realizadas com o propósito de promover a educação, a saúde e a socialização. Este trabalho destaca o papel fundamental do professor no sentido de ser o agente interlocutor no contexto da comunidade escolar, capaz de possibilitar a inserção do aluno asmático nas aulas regulares. Também identifica, no professor, o principal mediador entre o médico da escola, em sua condição de avaliador da aptidão do aluno, e a família. Foram também consideradas as declarações de uma aluna asmática do entrevistado e questionado o modo como se dá a sua participação nas aulas junto aos demais. Os dados confirmam a importância da reflexão sobre o tema nos cursos de formação de professores em nível de graduação, visando à inclusão de alunos, e apontam para a importância do diálogo entre todos os envolvidos no ambiente escolar, no sentido de o professor tornar pública a sua proposta pedagógica de atendimento e de que os demais envolvidos efetivamente contribuam para tal. Compreender a importância da inclusão significa priorizar a cooperação em detrimento da competitividade tão presente nas aulas, proveniente do esporte vendido pela mídia. 

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