Resumo

A decisão da Confederação Brasileira de Futebol de equiparar, em 2011, os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata (1959 a 1970) com os títulos do Campeonato Brasileiro, disputado a partir de 1971, trouxe um novo recorte à memória do futebol brasileiro. Uma contenda que nos remete às reflexões de Michael Pollak sobre o problema da identidade social em situações-limite. Assim, este trabalho não se deteve, centralmente, na releitura da historiografia que levou ao reconhecimento daqueles títulos nem, também, na argumentação dos que, apesar da decisão da CBF, continuam a contestá-los. O foco é outro: a disputa entre valores de “mercado” e da “tradição” no futebol brasileiro, tendo como pano de fundo os esforços de parte do jornalismo esportivo em forjar um novo hegemon a partir dos paradigmas do primeiro, em lugar dos méritos esportivos, geralmente, aceitos pelos sujeitos desse universo.

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