Uma Sistematização da Pedagogia Histórico-crítica na Educação Física Escolar
Por Eudes Fagundes Faustino (Autor), Fabio Tanowe Maddalena (Autor), Felipe Francisco Insfran (Autor).
Em XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e V Conice - CONBRACE
Resumo
Propomos apresentar o grupo PIBID/EF-UFMS e suas propostas desenvolvidas na E.M. Dr. Tertuliano Meirelles, na cidade de Campo Grande/MS, tendo como categoria metodológica a pedagógica histórico-crítica, uma teoria da educação, pela qual não se encontra na educação física. Para tal proposta foi adotado o referencial teórico de Dermeval Saviani (2008, 2011), por ser o pioneiro no campo da educação ao sistematizar uma abordagem pedagógica que confronte os problemas sociais atuais pela raiz, contribuindo para o rompimento da ideologia burguesa, dessa forma mostra suas relações inseridas na totalidade social e suas contradições. Os autores Newton Duarte, Luiz Gasparin e Coletivo de Autores (1992) são utilizados como referências secundárias aos estudos. Segundo Saviani (2008) a educação sempre atendeu as necessidades da burguesia, excluindo a classe trabalhadora dos conhecimentos concretos, apresentado pelo autor como conhecimentos científicos. No período histórico da educação, surgem práticas pedagógicas no campo educativo para atender a necessidade do capital, para explicar essas práticas Saviani as define como teorias de educação não críticas: pedagogia tradicional, pedagogia nova e pedagogia tecnicista, nas quais não há uma proposta de superação da sociedade, contribuindo para a manutenção do sistema. Em contrapartida surgem teorias da educação, contra-hegemonicas, que vão à contramão das teorias não críticas, sob o entendimento que, para ter uma sociedade mais justa, é preciso haver uma transformação social, assim rompendo a ideologia burguesa. Saviani (2011) denomina essas teorias como crítico-reprodutivistas: teoria da educação enquanto violência simbólica, teoria da escola enquanto aparelho ideológico de estado e teoria da escola dualista. Segundo Soares et al (1992), a Educação Física não foge a regra da educação burguesa. A sua prática pedagógica resulta no tradicionalismo e no tecnicismo, os movimentos dos alunos estão baseados na repetição, e focado na técnica, o ensino está sempre centrado no professor, assim sendo não permite ao aluno fazer uma reflexão de sua pratica, contribuindo para a sua alienação das reais condições de sua existência sob o modo de produção capitalista.