Resumo

O Foro Mussolini foi concebido na cabeça de Renato Ricci, presidente da Opera Nazionale Balilla (ONB), como uma grande cidade-escola onde, em torno do corpo central da Academia para a formação dos instrutores da ONB, se supunha que deveriam erigir uma série de construções que, fazendo eco ao mundo clássico grego e romano, teriam a tarefa de criar um grande complexo educativo no qual a supremacia da ação se fizesse evidente. As estátuas do Foro descrevem o esporte através de suas ações, com ênfases técnicos - como o boxeador de De Veroli ou os combatentes de Bellini - que mostram o conhecimento nesse campo de quem as fez. Até agora sabíamos que as estátuas do Foro representavam figuras masculinas - com a exceção de algumas estátuas de animais, um javali, cervos e cachorros - provavelmente porque o entorno estava reservado, na vida cotidiana, aos homens, cadetes da ONB (mais tarde, a partir de 1937, a Gioventù Italiana del Littorio - GIL) aos que de alguma maneira representavam. As mulheres tinham sua Academia em local distante, Orvieto, já que assim Ricci havia desejado: homens e mulheres divididos, em uma espécie de necessidade puritana de separação dos sexos. "Os cadetes em Roma, com suas tarefas mais claramente militares e com suas namoradas. As "Orvietinas" a 100 km de distância, com seus namorados", nos recorda hoje Giulio, filho de Renato Ricci, pensando nas reservas de seu pai sobre certos assuntos. Contudo, o que quero analisar é a estátua de uma mulher, desconhecida para a maioria das pessoas, um nu, como as outras esculturas do Foro, que se encontra em uma parte marginal ao centro do Foro, colocada entre a antiga Academia, o Stádio dei Marmi e o Piazzale del Foro Italico (antes chamado "dell'Impero"). A estátua representa uma figura mitológica, e não uma mulher esportista. Se trata de uma descoberta recente que levanta muitas perguntas à história do esporte, assim como à da arte.

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