Resumo

Na década de 1980, o educador Percival Brito, discutindo aspectos problemáticos das redações dos alunos nas aulas de língua portuguesa, afirmou que, na relação professor-aluno em sala de aula, a escola se personifica na figura do professor, o que causaria uma despersonalização de ambas as partes. Neste artigo, dedicamo-nos a ampliar o escopo de validação da tese de Brito por meio da sua inserção num arcabouço sociocognitivo de reflexão sobre a linguagem, que define a relação descrita acima como uma mesclagem conceptual. Para tanto, sumarizamos os pressupostos sociocognitivos fundamentais para nosso estudo e descrevemos a mesclagem conceptual existente no fenômeno em questão. Em um estudo de caso, verificamos como a presença da instituição escolar na relação professor-aluno pode definir critérios de "certo-errado" para tarefas escolares.