Uso de substâncias nocivas se eleva durante a pandemia da covid19 em universitários – estudo sobre estilo de vida
Por Sérgio Roberto Adriano Prati (Autor), Aline De Souza Santos (Autor), Maria Isadora Bonfim Neves (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A pandemia da Covid19 causou grandes comprometimentos a saúde e ao modo de vida das pessoas em todo o planeta. Para tentar prevenir contágio e disseminação do vírus as pessoas tiveram que modificar drasticamente o estilo de vida (EV). Dentre eles, os universitários passaram a ter aulas no modo remoto, tiveram restrições no convívio social e com a universidade, a família e amigos, bem como também sofreram com isolamento social muitas vezes afetando a saúde mental. Por outro lado, essas novas condições contribuíram para adoção de hábitos nocivos, como uso de fumo/tabaco (nicotina), álcool, drogas, às vezes em decorrência do estresse mental expondo-se a riscos aumentados. Objetivo: Analisar de forma transversal o perfil do estilo de vida de universitários em períodos sem e com a pandemia da Covid19, em especial quanto ao uso de substâncias nocivas, aspectos de segurança e estresse. Método: Participaram do estudo 504 universitários, na qual todos responderam ao questionário Estilo de Vida Fantástico (AÑEZ; REIS; PETROSKI, 2008), sendo que 286 estavam frequentando regularmente a faculdade no ano de 2019 e 218 eram alunos da mesma instituição no ano 2021 durante a pandemia. O questionário possui 25 questões, 23 em escala likert (0 a 4 pontos) e 2 dicotômicas (valor de 0 e 4pts.). O formulário é subdividido em 9 dimensões sendo 3 delas compostas por hábitos relativos ao uso de tabaco e drogas (TD), uso de álcool (AL) e situações de segurança individual e estresse (SS). Ao final se alcança um escore variando de 0 a 100pts., sendo que quanto mais alto melhor e mais saudável é o EV individual. Resultados: Foram observados que não houve diferença estatística entre o EV geral de universitários nos períodos sem e com a pandemia (2019=64,2±11,4; 2021=64,8±11,6, P=0,51), porém quando analisados comportamentos relativos ao uso de substâncias nocivas como tabaco/drogas e uso de álcool, verificou-se que na pandemia, em média, acentuou-se o uso dessas substâncias nos universitários (TD, 2019=13,6±2,11; 2021=13,0±2,57, P=0,00; AL, 2019=10,2±2,47; 2021=9,7±2,31, P=0,05). E ainda, a prevalência de universitários que se declararam usuários das substâncias elevou-se de 22,7% a 33,0% para TD e de 23,0 a 40,4% para AL. Por fim, também houve diferenças estatísticas (P=0,02) quanto a hábitos de segurança/estresse, sendo que na pandemia os hábitos apresentaram melhora em relação ao ano de 2019 e houve diminuição na prevalência de casos considerados de maior risco (2019=67,4%; 2021=58,7%). Conclusões: A pandemia contribuiu para elevação nos casos de universitários que se declararam usuários de substâncias nocivas elevando assim os riscos a saúde individual em meio a crise sanitária da Covid19.