Resumo

Em algumas regiões do Brasil e no Paraguai, a erva-mate (Ilex paraguariensis) é consumida culturalmente com água gelada, conhecida como tereré. O tereré contém compostos químicos como saponinas, compostos fenólicos, cafeína entre outros apontados pela literatura como benéficos à saúde e/ou ao desempenho físico. Entretanto, são raros os estudos realizados com a erva-mate no contexto esportivo, denotando a necessidade de mais investigações. Este estudo faz parte de uma Pesquisa maior intitulada Terapia e Ergogênese da Erva Regional (TEreRe) que busca agregar conhecimento científico a esse alimento popular. OBJETIVO: Descrever o perfil de consumo do tereré por atletas e praticantes de exercícios físicos. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, com amostra não probabilística, composta por atletas e praticantes de exercícios físicos, incluindo 105 corredores de rua (28,6% mulheres), 112 dançarinos (75,9% mulheres) e 23 lutadores (47,8% mulheres), com idades entre 13 a 74 anos. A coleta foi realizada entre 2022 e 2023, em Mato Grosso do Sul, por meio de questionários físicos ou online contendo questões relativas à frequência de consumo do tereré, horários, objetivos gerais e uso com finalidade ergogênica. Recorreu-se à estatística descritiva, para apresentação dos dados. RESULTADOS: Foram entrevistados 240 atletas(52,5% Mulheres; 73,3% amadores; 31±10,82 anos). Do total de consumidores (137), 69 (50,3%) afirmaram consumir tereré em algum momento do treino, sendo 12 (17,4%) antes do treino, 12 (17,4%) durante o treino e 45 (65,2%) após o treino. Grande parte dos atletas, 87 (63,5%), consumiam tereré com objetivo de matar a sede, 66 atletas (48,2%) consumiam para socializar, 59 atletas (43%) tinham finalidade de hidratação e embora 10 atletas (7,2%) tenham afirmado que consumiam tereré com o objetivo de ter mais energia durante o dia, apenas 3 (2,1%) objetivavam a melhora do desempenho esportivo. CONCLUSÃO: Apesar de ser amplamente consumido entre os atletas sul-mato-grossenses, poucos o consomem com finalidade ergogênica, talvez pela inexistência de evidências científicas quanto aos seus efeitos potenciais sobre o desempenho esportivo.

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