Resumo

Introdução: O corpo hipertrofiado (homens), e o corpo magro (mulheres) é hoje
padrão de beleza desejado pela população, especialmente para profissionais que
lidam com o corpo. BUSSE (2005) relata a maior incidência de anorexia em profissionais
como modelos e bailarinas, contribuindo para afirmação de ideal de corpo distante
da média, um padrão esportivo de beleza, explorado pela mídia. Tanto que graduandos
de Ed. Física (EF), teoricamente conhecedores dos efeitos nocivos de anabolizantes,
usam tais substâncias para atingir a imagem corporal (IC) dada pelo mercado.
Analisando o corpo de hoje, encontramos um significado diferente daquele atribuído
nas sociedades tradicionais, pré-modernas. Para LE BRETON (2003), no passado o
sujeito era seu corpo, enquanto que hoje ele possui um corpo. Concepção que gera
duas representações conflitantes: saúde total e modelagem nas academias e outra de
repúdio ao corpo e sonhos de desmaterialização. Hormônios esteróides anabólicos
androgênicos (EAA) compreendem testosterona e seus derivados. Doses
terapêuticas, causam poucos efeitos colaterais, mas, doses elevadas, podem trazer
problemas graves à saúde. No Brasil, o consumo por graduandos pouco quantificado
e pouco foi publicado em literatura. O objetivo deste estudo (com delineamento
transversal) foi verificar a prevalência do consumo de esteróides anabolizantes em
estudantes de (EF). Metodologia: Utilizou-se um questionário de auto-preenchimento
para coleta de dados e o programa SPSS - versão11 para análise estatística.
Participaram do estudo 379 estudantes (60,9% homens) do 3º e 4º anos do curso de
(EF) numa Faculdade privada (SP).A maioria dos alunos (77,8%) com idade entre
19 e 24 anos (22,72 ± 4,36); 4 participantes (1,7%) fazem uso de EAA, 27(7,1%) já
o fizeram e 12(3,2%) pensam em fazê-lo. As justificativas de uso são: hipertrofia,
condicionamento e resistência física, emagrecimento, estética e exigência da profissão.
Dos usuários, 9(29%) relataram problemas como cefaléia, dores articulares,
ginecomastia e irritabilidade. Quanto aos riscos, 24(55,8%) julgavam-se esclarecidos,
15(34,8%) não se consideravam e 4(9,3%) julgavam-se mais ou menos esclarecidos.
Conclusão:Acredita-se, baseado em conversa informal, que a % de usuários esteja
subestimada. Um melhor esclarecimento dos efeitos colaterais do EAA é
recomendado. Além da discussão de que a IC não corresponde ao conhecimento,
nem é medida de competência.

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