Resumo

O objetivo do presente estudo foi descrever a prevalência do uso de medicamentos e suplementos alimentares em atletas que participaram dos controles obrigatórios de dopagem dos VII Jogos Desportivos Sul-Americanos, realizados em quatro cidades brasileiras, analisando estatisticamente um quesito proposto no controle de dopagem e relativo às substâncias utilizadas nos dias que antecederam a competição. Foram analisados dados coletados em 234 atletas de 25 esportes dos Jogos, 136 do sexo masculino e 98 do feminino, distribuídos entre os 13 países participantes. Constatou-se que no controle de doping, 44% dos atletas informaram a utilização de medicamentos até três dias antes da competição. Estes medicamentos foram classificados em antiinflamatórios não esteróides (AINEs) (24,8%), analgésicos (15,9%), antibióticos (4,3%), antigripais (3%) e outros medicamentos (19,3%). Relataram o uso de suplementos alimentares 50% de atletas da amostra estudada, sendo este grupo dividido em vitaminas (39,7%), sais minerais (21,9%), aminoácidos (18,9%) e outras substâncias (13,3%). Os autores concluem que há um uso exagerado de antiinflamatórios e analgésicos em várias modalidades desportivas, o que causa preocupação em termos de controle de sintomatologia dos atletas em competição, além de uso excessivo de suplementos alimentares, para os quais não existe indicação específica, e que podem ocasionar um eventual resultado analítico adverso no controle de doping por contaminação ou manipulação.

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