Utilização de Cooling Central Para Preservar a Regulação do Exercício em Ambientes Quentes
Por Renato André Sousa da Silva (Autor), Cayque Brietzke Barreto (Autor), Paulo Estevão Franco Alvarenga (Autor), Flávio de Oliveira Pires (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 25, n 3, 2017. 5 Páginas.
Resumo
As respostas de termorregulação derivam de mecanismos centrais e periféricos que se baseiam na estimulação sensorial de áreas cerebrais termosensíveis. A estes mecanismos, denomina-se interocepção. Funções corporais vitais como a termorregulação parecem interferir sob uma dinâmica complexa para o ajuste do recrutamento muscular e ritmo de exercício. Neste sentido, é provável que técnicas de resfriamento (cooling) possam reduzir a transmissão de informações sensoriais que alcançam os centros cerebrais superiores, alterando a regulação do exercício. O cooling é um método utilizado com finalidades terapêuticas e esportivas, a fim de obter vantagens termorregulatórias. No contexto do desempenho esportivo, o cooling é utilizado para atenuar o ganho e o estoque de calor corporal, reduzindo assim, a sinalização realizada por vias de interocepção. Há indicativos de que atletas podem se beneficiar do resfriamento corporal quando competem em ambientes quentes e úmidos. Há a necessidade, no entanto, de se testar os efeitos do cooling em diferentes instantes, antes e durante exercícios de longa duração, assim como em diferentes modelos de exercício.Referências 1. Cramer MN, Jay O. Biophysical aspects of human thermoregulation during heat stress. Auton Neurosci. 2016; 196: 3-13. 2. Flouris AD, Schlader ZJ. Human behavioral thermoregulation during exercise in the heat. Scand J Med Sci Sports. 2015; 25 Suppl 1: 52-64. 3. Craig AD. How do you feel? Interoception: the sense of the physiological condition of the body. Nat Rev Neurosci. 2002; 3(8): 655-66. 4. Levels K, de Koning JJ, Foster C, Daanen HA. The effect of skin temperature on performance during a 7.5-km cycling time trial. Eur J Appl Physiol. 2012; 112(9): 3387-95. 5. Nielsen B, Hyldig T, Bidstrup F, González-Alonso J, Christoffersen GR. Brain activity and fatigue during prolonged exercise in the heat. Pflugers Arch. 2001; 442(1): 41-8. 6. Nybo L, Nielsen B. Perceived exertion is associated with an altered brain activity during exercise with progressive hyperthermia. J Appl Physiol. 2001; 91(5): 2017-23. 7. Marino FE, Gard M, Drinkwater EJ. The limits to exercise performance and the future of fatigue research. Br J Sports Med. 2011; 45(1): 65-7. PIRES et al. R. bras. Ci. e Mov 2017;25(3):182-186. 186 8. St Clair Gibson A, Lambert EV, Rauch LH, Tucker R, Baden DA, Foster C, et al. The role of information processing between the brain and peripheral physiological systems in pacing and perception of effort. Sports Med. 2006; 36(8): 705-22. 9. Amann M, Secher NH. Point: Afferent feedback from fatigued locomotor muscles is an important determinant of endurance exercise performance. J Appl Physiol (1985). 2010; 108(2): 452-4; discussion 7; author reply 70. 10.Robertson CV, Marino FE. Last Word on Viewpoint: A role for the prefrontal cortex in exercise tolerance and termination. J Appl Physiol (1985). 2016; 120(4): 470. 11. Marino FE. Methods, advantages, and limitations of body cooling for exercise performance. Br J Sports Med. 2002; 36(2): 89-94. 12. Duffield R. Cooling interventions for the protection and recovery of exercise performance from exercise-induced heat stress. Med Sport Sci. 2008; 53: 89-103. 13.Bergh U, Ekblom B. Physical performance and peak aerobic power at different body temperatures. J Appl Physiol Respir Environ Exerc Physiol. 1979; 46(5): 885-9. 14. Meeusen R, Pires FO, Pinheiro FA, Lutz K, Cheung SS, Perrey S, et al. Commentaries on Viewpoint: A role for the prefrontal cortex in exercise tolerance and termination. J Appl Physiol (1985). 2016; 120(4): 467-9. 15. Lander PJ, Butterly RJ, Edwards AM. Self-paced exercise is less physically challenging than enforced constant pace exercise of the same intensity: influence of complex central metabolic control. Br J Sports Med. 2009; 43(10): 789-95. 16. St Clair Gibson A, Schabort EJ, Noakes TD. Reduced neuromuscular activity and force generation during prolonged cycling. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2001; 281(1): R187-96