Editora CEAD/UFF. Brasil 2018. 608 páginas.

Sobre

A época moderna inaugurou a ideia de utopia com o livro homônimo de Thomas More. Escrito no contexto da expansão marítima, o idílio do humanista inglês estava localizado em terras americanas e previa uma sociedade que, mesmo estratificada, aspirava à igualdade. Na ilha de Utopia, o conhecimento era uma das principais formas de distinção, transformação e mobilidade social. Num tempo em que a literatura e a cultura livresca ainda não tinham a importância configurada na contemporaneidade, esse conhecimento estava vinculado à manutenção e ao desenvolvimento de técnicas ancestrais. Forjada entre a comunicação do saber e a sua aplicação cotidiana, a economia moderna do conhecimento já implicava na capacidade de sua propagação à longa distância. Não obstante, a missão civilizatória a que muitos religiosos foram encarregados gerou um receio crescente da conformação de sistemas herméticos de instrução, incapazes de assegurar seja o respeito pela diversidade cultural, seja a flexibilidade necessária para o próprio incremento da cultura. 

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