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No próximo final de semana, milhares de crianças, jovens e adultos estarão novamente treinando, torcendo e jogando nas centenas de campos gramados (oval) espalhados pela Austrália.  Está começando a temporada de futebol amador por aqui!

Como eu já comentei em “o nome de um bilhão de dólares”, o termo “futebol” na Austrália tem vários significados: por aqui quando digo “futebol” posso estar me referindo a dois tipos diferentes de rúgbi (union ou league), mas também posso estar falando do  Australian Rules Football; e claro, football pode ser o World Game, o “nosso” futebol. Além de outros jogos menores, não profissionais, mas muito difundidos, como touch-foootball ou Oz Tag. Assim, quando uma criança menciona que vai jogar ‘footy’ no final de semana, e não fornece nenhuma explicaçãozinha, fica meio difícil saber qual jogo ela vai de verdade jogar…

A temporada amadora que se inicia agora e vai até meados de setembro é a dos quatro maiores ‘futebóis’, os dois rúgbis, o Australian Rules e o futebol. Sendo mais fidedigno ao que acontece por aqui, o que realmente começa agora são os winter sports – não me refiro aos esportes de inverno, tipo esqui na neve ou patinação, que por aqui, tal qual no Brasil, não tem uma grande abrangência por motivos óbvios; o que vai começar são os esportes ao ar livre disputados no outono e no inverno: os futebóis e o netball. O cricket, o beisebol e assemelhados tem suas temporadas acontecendo durante a primavera e verão – são os summer sports.

No nível mais básico, local, grassroots, o esporte é totalmente amador e comunitário. Os clubes locais são associações de pessoas que se reúnem para organizar o esporte e promover aquela comunidade. Eles fazem um acordo com o Council local em relação a taxas, conta de luz, limpeza dos banheiros , tomam conta daquele Oval (ou de quadras no caso do netball) e possuem algumas salas para guardar material, organizar uma cantina, entre outras coisas. Mas são absolutamente amadores e levados adiante porvoluntários, em todos os níveis, do presidente, passando pelo tesoureiro, diretoria e todos os técnicos e técnicas! Isso mesmo que vocês leram. Todos são voluntários e tudo passa ao largo de qualquer interferência de profissionais de Educação Física (Laercio, não deixe os CREFs me ouvirem). Qualquer um pode ser técnico, basta ter boa vontade, levantar a mão, ou ser empurrado pelo grupo, tipo “agora é a sua vez”.

Vou contar a minha experiência, assim fica mais fácil de entender. Na primeira vez que inscrevi meus filhos (ele com 5 anos na época, a menina com 7) em um dos clubes, não sabia como era o esquema. Vi que as inscrições estavam abertas, fui no dia certo, paguei as taxas, e em meados de fevereiro fomos aos trials, jogos tipo peneira para avaliar rapidamente em que nível técnico a criança se encontra. Ao final, os membros do clube chamaram as crianças e os respectivos pais, fazendo grupinhos com 5 a 6 crianças, que seriam os times daquela temporada. Então, o cara do clube perguntou: “Agora, vocês precisam definir um técnico e um manager para o time”. Foi somente ali que a ficha caiu; eu estava aguardando técnicos ou professores que tomariam conta das crianças, mas não havia nada disso. O piano ia ser carregado pelos pais ali presentes. Olhei pros lados, e pensei “melhor eu que estes caras aí…” e levantei meu braço, virando técnico de seis molequinhos de 5 a 6 anos durante toda uma temporada… Função que exerci por três anos, acumulando com o cargo de técnico do time de indoor netball das minhas filhas em 2011 e 12, mais o outdoor netball delas no ano passado, mais o futsal do meu filho na temporada 12/13 (que acabou há algumas semanas), mais professor voluntário de EF na escola deles… ufa!

Confesso que foi uma delicia, sobretudo a primeira temporada. O envolvimento com as crianças pequenas, depois de anos trabalhando com jovens adultos universitários “meio malas” (brincadeirinha, pessoal, calma!), foi absolutamente encantador. Principalmente, poder estar bem pertinho do meu filho e minhas filhas – sem preço. Maravilhoso. Naquela primeira temporada, tive a sorte de cair com um pequeno grupo de pais que eram pessoas ótimas, fizemos reuniões sociais com as crianças, levamos para passear em parques juntos, fiz minhas primeiras amizades na Austrália naquela época.  Foi uma longa temporada, quando aprendi que esta cidade pode ser muito fria, e que você literalmente congela com todos aqueles treininhos em campos de futebol por volta das cinco e meia da tarde, ou então com os joguinhos aos sábados às 8 da manhã.

Foi então que comecei a entender o esquema local. Há dezenas (somente na minha região, mais de 30 apenas para o “soccer”) de clubes locais espalhados pelo estado e pelo país. Digamos que 60 crianças com 7 anos tenham se inscrito para jogar futebol em um mesmo clube. Eles dividem essas crianças em 10 times com 6 em cada um, e classificam cada time de acordo com o que acreditam seja o nível técnico daquele time, o qual será mais ou menos equivalente aos times dos outros clubes – tudo para evitar uma disparidade muito grande, um time ganhar de muita margem, principalmente entre os menores. Assim, este clube terá 10 times Under-7, sendo que o time ‘melhor’ jogará no escalão A (o mais forte) outro no B e assim por diante. O clube então comunica para a Associação de futebol local quantos e quais times ele possui, e a Associação por sua vez faz uma tabela, e jogamos cerca de 20 joguinhos na temporada – são cerca de 5 meses, e quase toda a semana tem um treininho no final de tarde. No meio da temporada, a Associação revê os resultados, e conforme for, move os times para cima ou para baixo, sempre no sentido de equilibrar as coisas.

Interessante também que no futebol, até os 12 anos os times são mistos e a coisa toda é mais um torneio festivo, não há um campeonato com pontos, classificação, etc. Apenas a Associação de futebol local mantem o registro dos jogos e resultados, a fim de ranquear e equilibrar os times. Até 12 anos não há um time campeão – ao final da temporada, cada clube promove um domingão festivo, com brincadeiras, gincanas e churrasco; ocorre uma pequena cerimonia na qual cada criança recebe um trofeuzinho com seu nome, o livro da temporada (com as histórias e fotos de cada time do clube, dos menorzinhos aos ‘coroas’, o livro é uma recordação bem bacana) e alguns chocolates.

Agora, vocês imaginem um clube com 60 crianças U7; imaginem também que há outros 25 clubes com um numero semelhante de crianças, da mesma idade. Em uma conta rápida, todo sábado há cerca de 1700 crianças espalhadas somente pela minha região jogando bola… e isso apenas contando o futebol U7… se contar o netball, o rúgbi, oAustralian Rules, etc, são milhares de crianças envolvidas… Voltando para o meu clube, com 10 times U7, e outras dezenas de times de diversas idades, até adultos e sêniores, não dá para imaginar isso tudo sendo tocado por profissionais… Não haveria como sustentar a estrutura sem o trabalho voluntário.  Os clubes sobrevivem assim, com a vontade da comunidade.  A cada final de semana, alguns pais e mães são escalados para chegar cedinho no gramado, montar as traves, traçar as linhas dos campos… Outros para trabalhar na cantina e na churrasqueira – tradicional fonte de receita dos clubes. Outros, para ficarem circulando pelo gramado, ver se está tudo rolando direitinho, se ninguém esta pisando na bola, resolver algum conflito, etc.

Sei que este esquema soa estranho para os ouvidos dos profissionais de Educação Física brasileiros e seus CREFs. Outro dia skypeando com um doutor da USP, e contando tudo isso, ele me perguntou: “mas como podem ser campeões olímpicos assim?”.  Dei risada… Como se houvesse a necessidade de um diploma para jogar bola com meia dúzia de crianças… Como se a Educação Física tivesse alguma relação com o esporte de performance…Não havíamos superado estas questões?

Minha próxima revelação talvez doa a quem, olhando através das lentes da EF brasileira, enxerga a Austrália como um “paraíso esportivo” em virtude de suas medalhas olímpicas e tradições esportivas. Já ouvi bastante sobre essa ideia “paradisíaca” (seria uma representação social, meu caro Votre?), mas por aqui os profissionais do Esporte não precisam ter um diploma superior; mesmo os profissionais que treinam atletas e equipes de níveis superiores ao clube local – estou falando em crianças e jovens atletas já selecionados para times mais competitivos, que irão compor equipes em campeonatos zonais, regionais, estaduais, etc – não são formados em Educação Física! Tampouco necessitam de um diploma superior, fazem a sua formação através das Associações de esporte locais, ou mesmo das Federações esportivas, que fornecem cursos e licenças para que a pessoa possa dirigir atletas e equipes de determinados níveis e idades. Com certeza um diplominha ajuda na hora de obter uma licença, talvez o interessado consiga anular algumas matérias ou horas, etc… Mas o esporte de rendimento passa longe da Educação Física… Claro que nos centros de treinamento especializado, no suprassumo, nos Institutos de Esporte Estaduais e no Instituto Australiano de Esporte, assim como nos clubes profissionais, há gente diplomada – biomecânicos, fisiologistas do exercício, psicólogos do esporte, etc e tal. Mas ainda assim o head coach, o técnico principal de uma equipe, precisa de uma licença da sua federação.

No meu caso particular, eu fiquei muito feliz com meu trabalho como técnico voluntário durante todos estes anos. Uma chance única de me aproximar dos meus filhos, fazermos uma coisa em família, não deixando para outro algo que eu podia fazer, arregaçar as mangas, uma coisa muito gostosa. Juntamente com uma contribuição comunitária importante – os pais e mães do meu primeiro time, aquele super gostoso U6 que mencionei acima, ficavam impressionados e felizes com a qualidade dos meus treininhos e minha relação com as crianças… Bom, com o background e a experiência que eu tenho na área, seria lamentável se a coisa não fosse boa…

Claro que há aspectos ruins. Primeiro, é super cansativo ficar toda a semana lá no frio, tentando animar uma molecadinha. O pior é quando você encara pais chatos, extremamente competitivos, que pensam que os filhos estão disputando a Champions League ou os Commonwealth Games. Isso frequentemente acontece na medida em que os times vão evoluindo e subindo de escalões: minha molecadinha começou no G, fomos passando de escalão em escalão e no ano passado estávamos no A – foi terrível, havia um pai horroroso que me encheu “as paciência” a temporada inteira.

Por estas e outras, este ano resolvi dar um tempo, pelo menos no futebol (já prometi que serei técnico voluntário do time de netball das minhas filhas, na escola. Mas esporte escolar na Austrália é assunto para um post futuro). Meu filho está agora no U8, primeira vez que vai ter goleiro no time, antes era com golzinhos: agora, o jogo tem 6X6 mais um goleiro, um campinho de grama bonitinho. Ele jogou futsal no gol, ganhou um par de luvas, está empolgadíssimo para ser goleiro – ainda mais depois que vimos o filme do Rogerio Ceni!  Mas ficou frustrado que o papaizão não será o técnico. Desta vez, ele terá como técnico o pai de uma menina do time, ela joga bem e arrasta uma asinha para o meu filho, que nem se toca – puxou o pai…

Ao que consta, o pai dela, o novo técnico, também joga muito bem, atua por um time de veteranos muito bem ranqueados pelas quebradas da ‘várzea’ de Sydney. Profissão do novo técnico?  Vendedor de tomates em uma espécie de Ceasa próximo ao parque Olímpico. Por favor, professores, esqueçam os preconceitos. Primeiro porque todo mundo aqui obrigatoriamente frequenta a escola por 11 anos, do jardim da infância ao decimo ano. Segundo, porque na escola publica dos meus filhos tem gente de diversos extratos sociais, que vão do filho do presidiário ao filho do medico local, passando pelos filhos da deputada estadual da região, da caixa do supermercado e do jardineiro do Council (não lembra a musica do Toquinho? “Crianças: viver sem preconceito é bem melhor. Meninos e meninas esqueçam cor, religião e raça – chame o filho do padeiro e o menino trombadinha”).  Um vendedor de tomates pode ser um bom técnico de futebol – certamente é melhor que um professor universitário tentando vender tomates.

Até agora já rolaram três treinos e um jogo amistoso. Estamos no escalão B, o que achei muito bom, pois o A é o paraíso dos pais frustrados e loucos cujos filhos ‘com certeza’ serão o próximo Messi. A relação do novo técnico com as crianças, ao contrário do que as fofocas fofocavam, é boa, não ouvi nenhum grito nem nada, a atmosfera do treino está legal. O nível do treino é sofrível, cheio de filas, nada de jogos. Paciência. Meu filho está feliz, gostou do time, no amistoso conseguiu jogar o segundo tempo inteiro no gol, fez umas defesas importantes, deu duas pontes, levou dois gols por falha da defesa (J) e também deu uns chutões para frente. Eu fico de longe assistindo. No começo eu estava tenso de deixar meu menino com um “cara desses”. Mas felizmente, consegui relaxar e dar risada, estou curtindo muito apenas sentar e me divertir olhando, sem nenhuma preocupação. Meu filho corre e sua, satisfeito, junto com o seu time de pernas de pau australianinhos. Está gostoso ter este descanso. Papai merece, mas principalmente o filho precisa disso.

Acima de tudo, acho que a felicidade está batendo a nossa porta; vai ser uma temporada ótima, andando com meu filho pelos lindos campos gramados da periferia de Sutherland, dentro de florestas ou à beira de rios escondidos. Vou aproveitar meu descanso e, enquanto assisto aos jogos, degustarei os tomates fresquinhos e sem agrotóxicos que o novo técnico sempre traz para todos os pais.

Vai começar!

Por Jorge Knijnik
em 1-04-2013, às 1:11

14 comentários. Deixe o seu.

Comentários

JK,

Não sei do que gostei mais, se da fluência do texto, da experiência narrada ou da leveza dos comentários. Parabéns por todas!

OT

Por Otávio
em 1-04-2013, às 14:15.

OT,
assim voce me deixa encabulado! Obrigado pelo apoio continuado e sincero – eu estou looking forward para trabalhar contigo em nossos novos projetos!
abracos,
JK

Por Jorge Knijnik
em 1-04-2013, às 14:45.

e aí Jorge

texto sensacional!!

na verdade dá um pouco de saudade do local (e porque não dizer um pouco de inveja, ha ha ha)

curta muito os jogos com os seus filhos, pois rapidamente eles crescem

grande abraço

Valmor

Por Valmor Tricoli
em 1-04-2013, às 15:08.

Caríssimo Jorge,

Muito interessante e bem escrito este seu artigo, revelando-nos como as coisas ocorrem na “sua” Austrália.
Esta mentalidade de partidas não competitivas para os pequenos é extremamente saudável – bem diferente do que ocorre no Brasil. Tive a oportunidade de acompanhar meu filho Fabio, ainda pequenino, na sua jornada de futebol de salão (hoje futsal). Nosso clube participava dos campeonatos paulista e estadual em todas as categorias, desde os fraldinhas (meninos com 6 e 7 anos) até o infanto-juvenil. Os garotos eram todos federados. O primeiro técnico do Fabio tinha a mesma mentalidade que você: não queria que nesta idade tão tenra os garotos sentissem a pressão da disputa – e que jogassem apenas pelo simples prazer de jogar. O técnico não durou muito: foi rechaçado e trocado por outro que era ávido por vitórias e títulos, cumprindo as ordens da diretoria.
Não sou especialista no assunto e não sou capaz de analisar se esta mudança foi psicologicamente saudável ou não para os pequenos. Acredito que era muito cedo para fazer os pequenos entrarem em competições tão acirradas, visto que as disputas eram contra clubes já consagrados no futebol como Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Juventus, Nacional, entre outros. Além disso, o clube contratava militantes, a maioria da periferia, que provavelmente nada mais faziam na vida do que jogar futebol.
Por outro lado, eu sempre observava a reação dos pais – nós os chamávamos os pais do futebol, os pais da natação, os pais do voleibol e assim por diante.
Da mesma forma que você descreveu os pais “competitivos” que você teve de “tourear”, aqui os pais ficam histéricos e transtornados durante as competições e projetam suas frustrações ou fracassos nas disputas e vitórias dos filhos: gritam, xingam o juiz e os meninos adversários e frequentemente (naquela década de 1980) saía pancadaria geral nas arquibancadas e no campo de jogo. Certa vez, nós, pais e jogadores, passamos maus bocados quando nosso clube jogou no ginásio do Palmeiras: apareceu a célebre e agressiva torcida da Mancha Verde, com instrumentos musicais tipo bumbo, tambor, etc., e – surpresa – nos ameaçaram mostrando armas que estavam escondidas dentro dos instrumentos. Até a polícia foi chamada. Bem diferente da Austrália…
Como no Brasil o esporte – em sua maioria – é o sonho das camadas mais humildes da população, raramente aparece um jogador de destaque pertencente à classe média ou mais privilegiada. Dá para contar nos dedos de uma mão. Como você já foi celebrizado como técnico de handebol aqui no Brasil, certamente tem muito mais conhecimentos e experiência do que eu no assunto esportes. Que no Brasil merece uma longa e infindável análise sociológica.
E meus parabéns pelo artigo!

Por Julio Bahr
em 1-04-2013, às 17:36.

Jorginho:

Essa terra bem aventurada é um mundo de BOAS surpresas.

Hoje, 1 de Abril é dia do meu aniversário (60, não digas nada a ninguém….), obrigada pelo teu presente: o maravilhoso texto.

Vou partilhá-lo com meus estudantes e colegas mais chegados.

Um abração

Paula

Por Paula BG
em 1-04-2013, às 21:21.

Paulinha! Hip hip hooray!

Por Jorge Knijnik
em 2-04-2013, às 2:22.

Rarissimo Julio,

Obrigado por sua leitura e comentarios, como sempre, bem colocados. Mas pera ai (“hold on a sec”, como dizem por aqui). Como eu disse no post, isso aqui nao e’ o paraiso nao! Aqui tambem esta cheio de babacas, pais malucos, sobretudo nos escaloes mais avancados, os “melhores”. A competicao de futsal que o meu filho jogou entre setembro/12 e outubro/13 foi testemunha das visoes diferentes – e antagonicas – do que deve ser o esporte infantil…Havia um time que praticamente TINHA que ganhar, um horror, os pais e avos pressionavam os filhos/netos ao extremo, colocavam moleques machucados na quadra pois tinham que ganhar, lamentavel… qualquer dia escrevo sobre isso…Mas havia outros times bem legais, pais sossegados,tais como o nosso: sorriam, ganhavam, perdiam, brincavam…Os babacas por aqui, ate onde sei, nao chegam a portar armas (ainda), felizmente, ate’ porque estas sao proibidas por aqui (apesar de existirem, claro, black market esta ai pra isso), mas ha varios relatos de pais brigando, etc – isso nao e’ privilegio brasileiro nao! Se voce quer saber a verdade, apesar de estarmos participando de tudo isso, sempre pensando nas criancas,tentando ter um ambiente saudavel, eu sempre me questionei muito, no fim das contas, e’ tudo “extremamente organizado”, eu gostaria muito mais de ver esta molecada solta no parque e na praia brincando e jogando bola sem adultos enchendo o saco por perto… Mas como o esquema e’ este, tento participar para deixa-lo o mais saudavel e alegre possivel – espero estar conseguindo! mais uma vez obrigado, e um forte abracao pro povo de Londrina!

Por Jorge Knijnik
em 2-04-2013, às 2:46.

Graaaande Valmor! Um orgulho ter voce entre o meu “seleto” grupo de leitores! Quando a saudade bater forte, voce sabe que tem um porto seguro onde ancorar por aqui…

AQUELE abraco!

Jorge

Por Jorge Knijnik
em 2-04-2013, às 2:48.

JK,
Bacana esse jeito de educar as crianças na Austrália com o envolvimento dos pais e comunidade. Parece filme americano da sessão da tarde. No Bananão, como Você sabe, somos mais do tipo colégio interno, sem padre e com poucas aulas, e os pais tomando conhecimento no fim. Aí tem APEF? Que hora ela entra no filme?
Ótimo texto, como sempre. Esperamos ansiosos os próximos capítulos!
Laercio

Por Laércio Elias Pereira
em 2-04-2013, às 15:16.

Pois é, quanta inveja (branca). Enquanto na Austrália se incentiva o esporte para escolares,aqui no Rio se destrói tudo o que se tem. Julio deLamare – a partir de hoje não tem mais escolinhas tampouco projetos sociais. A ginástica não tem onde treinar pois o ginásio do Flamengo pegou fogo na gestão da Patricia Amorim, os atletas treinaram uma temporada no velódromo mas este fechou. A nova gestão do Flamengo despediu todos os atletas da ginástica e da natação, inclusive medalhistas. Não temos ginásio nem piscina olímpica; com um agravante – a piscina foi esvaziada sob alegação de vazamento (desperdício de água) e não há previsão de resolver o problema. Se calhar vão botar abaixo. Por último, a equipe Master de natação, com campeões mundiais, pan-americanos e também sul-americanos está prestes a acabar, pela intransigência desta mesma Diretoria. Assim, quando leio comentários como o do Jorge reflito, por que estou no 3° mundo? Por que dirigentes não investem no esporte? Aqui é só futebol. Os Jogos Olímpicos estão aí e vão querer fazer atletas rápido, como forno de micro ondas. Por essas e por outras desisti da academia – foram 38 anos de labuta. Parabéns Jorge, pela decisão de vivenciar na seriedade. Que teus meninos cresçam com oportunidades, mesmo com toda essa vigilância; é melhor do que fugir de confrontos dia sim outro também.

Por Elaine Romero
em 2-04-2013, às 23:36.

Querida Elaine,
Obrigado pela leitura sempre atenciosa. Como respondi ao Titio Julio ali acima, aqui nao e’ o paraiso perdido: ha uma serie de problemas, inclusive no esporte, seja infantil ou de performance. O meu texto nao e’ a elegia, mas apenas a descricao de um modelo, e como este esta sendo gostoso para mim como pai, e como vejo vantagens para as relacoes familiares – e’ mais gostoso para mim assim do que deixar meus filhos em algum lugar e ir buscar dali a duas horas. Mas entendo quem nao pode faze-lo, esta trabalhando,etc. Participar e se envolver da trabalho! Talvez a grande sacada por aqui seja a mobilizacao comunitaria, mas sei que isso e’ super dificil em uma sociedade com tradicao escravocrata-colonial – ainda por cima esmagada por grandes eventos. Um forte abracao!

Por Jorge Knijnik
em 3-04-2013, às 1:31.

Laercio, obrigado. Nao,nada de filme. Pessoas reais, gente com contribuicoes, questoes, problemas, solucoes e mau-halito. Por que perguntas da APEF? Como disse, o esporte comunitario (e mesmo o de desempenho) passa longe da EF, vai por outras vias, associacoes, federacoes – quem sabe em um futuro capitulo eu fale sobre isso… mas ja que perguntas, tem a ACHPER – Australian Council of Health, Physical Education and Recreation. Bastante ativo junto a professores de EF no segundo grau. Abracao, obrigado

Por Jorge Knijnik
em 3-04-2013, às 1:33.

Muito bom.
Ano q vem irei a victoria c minha mulher q tentara trabalhar numa industria..e eu sou inspetor penitenciario, musico e louco p ser tecnico de um time de futebol , fui jogador profissional mas preferi seguir como func puico.
Mi.ha pergunta e: vc recomenda algum time dai p eu arriscar nessa area?
Ob rf igado.

Por Darlan
em 13-08-2013, às 4:03.

TEm que comecar pelos times das divisoes inferiores, mas acho que vale a pena o risco. Mas voce precisa de cursos oficiais da federacao local para poder atuar. boa sorte!

Por Jorge Knijnik
em 5-09-2013, às 17:33.

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