Resumo
O objetivo deste estudo foi validar o instrumento ‘CADE Q.’ – questionário para avaliar o conhecimento sobre a Doença Arterial Coronariana em pacientes com DAC em programas de reabilitação cardiopulmonar e metabólico. Este estudo descritivo de campo utilizou duas abordagens para análise e interpretação dos dados: qualitativa e quantitativa. A amostra foi constituída por três grupos: grupo I: formado por 10 profissionais da área de Saúde e Ciências do Movimento Humano e 20 sujeitos, mestrandos do curso Ciência do Movimento Humano, da UDESC; grupo II: formado por 30 pacientes com diagnóstico de DAC, 26 masculinos (86,7%) e quatro femininos (13,3%) (Estudo Piloto); grupo III: constituído por 155 pacientes com diagnóstico de DAC, 114 masculinos (73,5%) e 41 femininos (26,5%). Foram utilizados dois instrumentos de pesquisa: um questionário para a caracterização do paciente e o questionário ‘CADE Q.’, composto por 19 itens autopreenchíveis. Os pacientes marcaram apenas uma alternativa em cada questão, de quatro possíveis. Os escores estabelecidos para as alternativas são: correta = 3; incompleta = 1; errada = 0; não sei = 0. A pontuação máxima de cada paciente é de 57 pontos. Os resultados do estudo foram: média de idade = 60,9 anos (36/86 ± 9,26). 67,7% dos pacientes entrevistados têm idades entre 51 a 70 anos. A média do tempo de diagnóstico é de 96 meses (1/480 ± 106,58). Foi observado que 59,4% dos pacientes pesquisados foram diagnosticados há mais de três anos. A média do tempo em que um paciente permanece num Programa de Reabilitação Cardíaca é de 33,5 meses (1/360 ± 46,21). Destaca-se que 45,9% dos pacientes estão na faixa de 01 a 12 meses num programa de reabilitação. O local de realização do programa está distribuído em 60% na Rede Pública e 40% na Rede Privada. A maioria dos pacientes (56,1%) tem renda familiar mensal entre 1 e 10 salários mínimos. A maioria dos pacientes pesquisados (60%) tem grau de escolaridade entre o ensino fundamental incompleto e o ensino médio completo. O tamanho da amostra foi considerado satisfatório para a validação do instrumento. Verificou-se que a maioria dos pacientes pesquisados possui experiência tanto no quesito diagnóstico quanto de programa. Considerou-se de aceitável a bom o nível de conhecimento dos pacientes pesquisados. O nível de conhecimento por sexo indicou que amostra masculina (75,5%) tem maior conhecimento que a feminina (60,9%). O nível de conhecimento por idade não apresentou diferença significativa. Em relação ao nível do conhecimento por renda familiar, observou-se que quanto maior a renda familiar do paciente maior o nível de conhecimento. A mesma tendência ocorreu na análise do conhecimento por grau de escolaridade. Quanto ao nível de conhecimento em relação às comorbidades associadas, os pacientes que possuem alguma patologia associada à DAC têm um nível de conhecimento maior quando comparados aos que não apresentaram alguma comorbidade. A validação de clareza atendeu a oito requisitos de construção de itens (questões + respostas), de doze possíveis, e a quantidade dos itens. A adaptação do CADE ‘Q’ atendeu aos critérios de validade de conteúdo. Na validade de construto, a solução fatorial não se mostrou adequada, pois os itens do instrumento apresentaram características multidimensionais, abrangendo, em sua maioria, mais de uma área de conhecimento. A consistência interna do instrumento apresentou valores de α=0,68, sugerindo certa homogeneidade entre as questões. A fidedignidade do instrumento, avaliada pelo teste-reteste, apresentou ICC de 0,783, demonstrando estabilidade do instrumento. Pode-se afirmar, portanto, que a validação do instrumento CADE ‘Q’ permitiu verificar o nível de conhecimento dos pacientes pesquisados, tendo o instrumento elevado grau de clareza.